A Meta, empresa controladora do Facebook, pode enfrentar uma nova multa bilionária na União Europeia por práticas anticompetitivas relacionadas ao seu serviço Marketplace, um espaço de compra e venda de produtos dentro da rede social. Segundo o Financial Times, o Marketplace é acusado de favorecer o próprio serviço de anúncios e classificados do Facebook, prejudicando concorrentes e dominando o mercado.
A União Europeia alega que o Facebook usa sua posição dominante na rede social para dar vantagem ao Marketplace, limitando a visibilidade de concorrentes. Caso seja considerada culpada, a Meta pode enfrentar uma multa de até 10% de sua receita anual global, o que poderia chegar a US$ 13,5 bilhões (aproximadamente R$ 74,2 bilhões). No entanto, há possibilidade de redução do valor e de a empresa recorrer da decisão.
Investigação de Longo Prazo
A investigação da União Europeia começou em 2019, quando surgiram as primeiras acusações de que o Facebook estaria abusando de sua integração com o Marketplace para impor “condições injustas de negociação” e “utilizar dados de competidores” nos serviços de classificados online. Em 2021, a denúncia evoluiu para um caso formal.
Em sua defesa, a Meta afirmou que o Marketplace opera em um “ambiente altamente competitivo” e que não utiliza dados de rivais para prejudicá-los. A empresa também destacou que o serviço está ativo em diversas regiões, incluindo o Brasil, onde foi lançado em 2018.
Multas em Outros Casos
Essa não seria a primeira vez que gigantes da tecnologia enfrentam sanções significativas na Europa. A Apple foi condenada a pagar 13 bilhões de euros (cerca de R$ 80 bilhões) por receber incentivos fiscais irregulares na Irlanda. Já a Google foi multada em 2,4 bilhões de euros (quase R$ 15 bilhões) por favorecer seus próprios serviços de comparação de preços nos resultados de busca.
O caso contra a Meta está em andamento, e a decisão final poderá impactar significativamente a forma como grandes empresas de tecnologia operam no mercado de classificados e anúncios online, especialmente dentro da União Europeia, que tem adotado uma postura firme contra práticas monopolistas no setor.