A Microsoft e a Apple decidiram abandonar seus assentos como observadores no conselho da OpenAI, uma das empresas líderes em tecnologia de inteligência artificial. Essa notável mudança decorre de crescentes pressões regulatórias, que têm focado no potencial risco de práticas monopolistas no setor de IA.
Com investimentos de magnitude considerável, como os US$ 13 bilhões aportados pela Microsoft na OpenAI, tem crescido o escrutínio de órgãos governamentais sobre as ações de grandes corporações no mercado emergente de inteligência artificial. Tais investimentos podem resultar em possíveis vantagens competitivas desproporcionais, o que acende alertas no radar das entidades responsáveis por assegurar a concorrência no mercado.
A situação da Microsoft tornou-se mais delicada após a reorganização interna do conselho da OpenAI no ano anterior, quando a empresa conseguiu um lugar de observadora. Para a Apple, cujo interesse aumentou em paralelo à integração do GPT-4 em seu sistema iOS 18, a percepção de comprometimento na equidade competitiva passou a ser um obstáculo para assumir um posto similar ao da Microsoft.
Ambas as empresas agora devem reassessar suas associações estratégicas com a OpenAI, embora ainda se mantenham próximas às atividades da empresa por meio de reuniões do conselho que acontecerão de forma independente. Essa decisão visa evitar contratempos mais sérios, como processos legais por práticas antitruste, um cenário indesejável para a Microsoft que enfrenta problemas similares na Europa com o Microsoft Teams.
A relação entre grandes investidores e startups de inteligência artificial vem sendo um tema recorrente não só na União Europeia, mas também nos Estados Unidos. A Federal Trade Commission (FTC) está atenta a outras iniciativas, como os investimentos ricos em outras startups de IA, indicando um ambiente de crescente vigilância regulatória no setor.
Por fim, a transição das duas gigantes da tecnologia para fora do conselho da OpenAI demonstra uma mudança estratégica indispensável no contexto de uma indústria de inteligência artificial em rígido exame pelos órgãos reguladores globais.
