O secretário-executivo do Ministério da Cultura (MinC), Márcio Tavares, concluiu neste sábado (6) sua agenda oficial na Argentina, com uma série de encontros em Rosário. A missão, que incluiu reuniões institucionais, visitas a universidades e a espaços culturais, visou fortalecer a integração latino-americana das artes e reforçar a cultura como um pilar do desenvolvimento, solidariedade e cooperação regional.
O Painel Cultura para o Desenvolvimento Sustentável marcou a abertura do Festival Brasil em Rosário. Ao lado da secretária de Cultura da província de Santa Fé, Susana Rueda, Tavares enfatizou a cultura como um elemento vital para a sustentabilidade e a democracia. “Ela não pode ser usada como ferramenta de manipulação política. Deve ser um espaço de pluralidade, crítica e diálogo, especialmente em sociedades polarizadas. É nesse campo que se fortalece a democracia e se freiam tentativas de censura ou autoritarismo”, declarou.
O secretário ainda ressaltou a importância econômica e cidadã da cultura no Brasil. “Além de ser uma expressão estética, a cultura representa 3,11% do PIB e emprega 7 milhões de pessoas. Ela fortalece comunidades, reconhece identidades e constrói laços de solidariedade. Iniciativas como o Cultura Viva demonstram como apoiar projetos culturais que emergem da própria sociedade”, afirmou.
Durante o painel, Tavares foi homenageado por autoridades argentinas, recebendo dois reconhecimentos oficiais. O Concejo Municipal de Rosário o nomeou Visitante Distinto da cidade, destacando sua contribuição à política cultural brasileira e sua presença no Festival Brasil 2025. A Câmara de Deputados da Província de Santa Fé também declarou o festival como evento de interesse provincial, em celebração aos 203 anos da independência do Brasil.
Susana Rueda celebrou a recente aprovação da reforma constitucional na província, que incluiu o direito à cultura na Constituição local. “A nova Constituição de Santa Fé assegura direitos culturais, digitais e afirmativos, tornando-a a mais moderna da Argentina. Este avanço é um compromisso com a identidade, a diversidade e o futuro da nossa sociedade”, afirmou.
O Festival Brasil, organizado para celebrar a independência do país, contou com o apoio do Governo da Província de Santa Fé, do Ministério da Cultura, do Conselho Municipal e da Câmara de Deputados provincial. A programação destaca Rosário como uma cidade de importância histórica e cultural no contexto latino-americano.
“É uma honra inaugurar este festival em celebração à independência do Brasil em Rosário. Este evento evidência o valor do trabalho conjunto e reafirma a relevância histórica e cultural de Rosário como um espaço de integração”, concluiu Tavares.
Em um encontro anterior, o secretário se reuniu com o reitor da Universidad Nacional de Rosario, Franco Bartolacci, e a secretária de Cultura de Santa Fé. O diálogo abordou a presença da comunidade brasileira no país, especialmente entre estudantes de Medicina, e as oportunidades de ampliar a colaboração acadêmica entre Brasil e Argentina. Bartolacci mencionou: “A cooperação entre Brasil e Argentina deve ser bilateral. Queremos expandir os programas de intercâmbio para que mais estudantes argentinos possam fazer pós-graduação no Brasil”.
Tavares reforçou a importância da integração cultural: “A cultura é fundamental para qualquer projeto de desenvolvimento sustentável. É por meio dela que damos sentido à coletividade e fortalecemos a democracia. Brasil e Argentina compartilham essa visão e podem avançar juntas em políticas que valorizem a diversidade e a criatividade de nossos povos”.
A missão oficial do MinC na Argentina evidencia a diplomacia cultural brasileira como uma estratégia de Estado, ampliando o diálogo com comunidades no exterior e promovendo a integração latino-americana por meio da cultura, educação e cooperação democrática. A presença do secretário reforçou o compromisso do governo federal com a escuta ativa da diáspora brasileira, reconhecendo seu papel na difusão da cultura nacional e na construção de conexões entre os países.
Este evento marca um passo significativo na política externa brasileira no campo cultural, valorizando a diplomacia cultural como um instrumento de integração regional e desenvolvimento sustentável.
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