O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Priscila Ferraz Soares, inauguraram nesta terça-feira (9) em Brasília a biofábrica de Wolbachia. A iniciativa permitirá que o Distrito Federal, além dos municípios de Valparaíso de Goiás e Luziânia, implemente oficialmente a tecnologia voltada para a redução de casos de dengue, Zika e chikungunya. A cerimônia contou ainda com a presença da secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Mariângela Batista Galvão Simão, do CEO da Wolbito do Brasil, Luciano Moreira, e outras autoridades.
O investimento do Ministério da Saúde na ação foi de R$ 9,7 milhões, integrando a Estratégia Nacional de Enfrentamento das Arboviroses no país, beneficiando aproximadamente 758 mil habitantes nas três localidades. Dados mais recentes indicam uma queda de 75% nos casos de arboviroses no Brasil entre 2024 e 2025, sendo 96% no Distrito Federal e 71% em Goiás.
Durante a cerimônia, Padilha destacou uma importante redução nos casos de dengue, com diminuição de 75% e mais de 73% nos óbitos no primeiro semestre. Segundo ele, esses resultados não são motivos para complacência, mas sim para conscientização da população. Ele ressaltou a importância do uso de novas tecnologias, afirmando que a biofábrica pode impactar mais de 758 mil pessoas e reafirmou o compromisso do país com a saúde pública.
O ministro anunciou ainda a intenção do Ministério da Saúde de estabelecer um Dia D nacional de mobilização contra a dengue neste semestre, visando sensibilizar a sociedade, especialmente nas escolas. A iniciativa incluirá o monitoramento de dados relacionados ao mosquito transmissor e a consolidação das informações epidemiológicas.
A escolha dos municípios priorizados para a tecnologia Wolbachia baseou-se em indicadores epidemiológicos, levando em conta a alta ocorrência de casos nos últimos anos. A biofábrica, inaugurada em julho de 2025 em Curitiba, tem capacidade de produção de até 100 milhões de ovos de mosquitos por semana.
Essa estratégia, respaldada pela Organização Mundial da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, visa mitigar a transmissão de arboviroses urbanas. É essencial que a população participe, mantendo cuidados tradicionais, como evitar a água parada, em conjunto com as ações dos Agentes de Combate às Endemias.
A ampliação do método no Distrito Federal e em Goiás representa um avanço para a saúde pública dessas regiões, que enfrentaram altos índices de dengue nos últimos anos, com 8.592 casos em Brasília e 90.990 em Goiás em 2025.
O método consiste na produção de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, que impede a transmissão da dengue e outras doenças. Quando os mosquitos são liberados, eles se reproduzem com a população local, reduzindo gradualmente o potencial de transmissão.
A tecnologia já foi aplicada com sucesso em várias cidades, como Niterói, onde houve uma redução de até 88,8% nos casos de dengue.
Com o apoio de estratégias baseadas em evidências, o Ministério da Saúde busca diminuir os casos graves e óbitos por arboviroses em seis eixos: prevenção, vigilância, controle vetorial, organização da rede assistencial, preparação e resposta a emergências, e comunicação comunitária. A vigilância permanece ativa, com laboratórios públicos preparados para confirmar casos e realizar monitoramento genômico da dengue.
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