O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou nesta quinta-feira (4/9) da reunião de lançamento do Instituto Tecnológico de Medicina Inteligente (ITMI-Brasil), que se tornará o primeiro hospital público inteligente do Brasil. Situado no complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, o ITMI-Brasil contará com 800 leitos dedicados a emergências de adultos e crianças nas especialidades de neurologia, neurocirurgia, cardiologia, terapia intensiva, entre outras. As atividades estão programadas para iniciar no final de 2027.
“Esse projeto fortalece o Sistema Único de Saúde e promove a melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. O hospital inteligente possibilitará a integração com a rede de atenção em todas as etapas — da atenção primária aos serviços de urgência e emergência — garantindo um cuidado mais ágil, eficaz e humano. A tecnologia será um aliado do SUS, desde a medicina até o atendimento ao paciente, passando pela formação dos profissionais”, explicou Padilha.
O ITMI-Brasil irá unir tecnologias avançadas com acesso gratuito ao público. Utilizando inteligência artificial, ambulâncias conectadas via 5G e telessaúde, a proposta é reduzir o tempo de atendimento em casos críticos de 17 para apenas 2 horas. O projeto, desenvolvido em parceria entre o Ministério da Saúde, a USP e o Governo de São Paulo, contará com um investimento de US$ 320 milhões do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB-Brics).
Padilha ressaltou que a realização do hospital inteligente é resultado de uma colaboração internacional que envolve bancos de desenvolvimento, parceiros estratégicos e instituições de pesquisa. “O Brasil se posiciona fortemente neste novo cenário global de reorganização da saúde, onde a tecnologia da informação, a inteligência artificial e práticas inovadoras estão redefinindo o cuidado com as pessoas. Este projeto representa um marco para a ciência, a inovação e a importância do Brasil no cenário internacional”, afirmou.
O novo hospital se alinha ao objetivo do governo federal de diminuir o tempo de espera por atendimento especializado e aprimorar a eficiência no diagnóstico e tratamento de doenças como Acidente Vascular Cerebral (AVC), traumas, infartos e choques. A proposta foca em eficiência operacional, regulação inteligente de leitos, redução do tempo de permanência e atendimento seguro, combinando alta tecnologia com uma abordagem humanizada.
“O hospital inteligente eleva o padrão da saúde no Brasil, especialmente para o SUS. Para o HCFMUSP, é mais uma etapa que reforça nosso status como um complexo hospitalar de excelência em assistência e inovação no país, integrando a nova unidade à sua estrutura institucional. Esse é um passo inicial para um futuro em que o cuidado em saúde será mais rápido, preciso e humano, impulsionado pela ciência e pela responsabilidade pública”, destacou o vice-presidente do Conselho Diretor do HCFMUSP, professor Paulo Pêgo.
Além da assistência clínica, o ITMI funcionará como um centro de pesquisa, inovação e formação em áreas como saúde digital, telessaúde, inteligência artificial, engenharia clínica e segurança cibernética. O projeto arquitetônico contempla um edifício de 150 mil m², com padrões internacionais de sustentabilidade e segurança, além de soluções de logística avançada e ambientes acolhedores para pacientes e equipes.
O investimento também incluirá a criação de uma rede nacional de UTIs inteligentes em dez capitais (Belém, Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife, São Paulo, Salvador e Teresina), que será gradualmente expandida. Essas UTIs estarão interligadas com o Hospital das Clínicas da USP e contarão com suporte e expertise dos profissionais dessa instituição, permitindo monitoramento em tempo real através da inteligência artificial para otimizar a regulação de leitos e apoiar decisões clínicas.
O Ministério da Saúde estabeleceu um Grupo de Trabalho para coordenar a implantação do projeto ITMI-Brasil em colaboração com outros ministérios e parceiros, integrando os investimentos da Nova Indústria Brasil (NIB) no Complexo Econômico-Industrial da Saúde até 2033, que já ultrapassam R$ 4,4 bilhões em inovação, pesquisa e autonomia produtiva.
Em visita ao Instituto do Câncer Arnaldo Vieira, em São Paulo, que oferece 100% dos leitos ao Sistema Único de Saúde (SUS), o ministro Padilha anunciou que a unidade receberá um acelerador linear avaliado em R$ 10,4 milhões por meio do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon). Essa ação se insere na iniciativa “Agora Tem Especialistas”, do governo federal, que visa ampliar o acesso e diminuir o tempo de espera por atendimento especializado.
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