O Ministério da Saúde avança na consolidação da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) com a criação de dois modelos padronizados para registros de alta hospitalar: o Sumário de Alta (SA) e o Sumário de Alta Obstétrico (SAO). A medida, oficializada pelas Portarias GM/MS nº 8.025 e nº 8.026 em 27 de agosto de 2025, busca fortalecer a interoperabilidade entre os sistemas de saúde e assegurar a continuidade do cuidado aos pacientes.
O Sumário de Alta (SA) substitui a norma anterior em vigor desde 2022 e integra o Conjunto Mínimo de Dados (CMD) da Atenção à Saúde. Este documento compila informações fundamentais, como diagnósticos, procedimentos realizados, evolução clínica, alergias, medicamentos prescritos e a condição de saúde do paciente no momento da alta.
Por sua vez, o Sumário de Alta Obstétrico (SAO) é uma extensão do SA, focado em internações obstétricas. Estruturado em quatro seções — internação materna, complicações obstétricas, informações sobre o parto e dados neonatais — esse modelo é crucial para assegurar o cuidado contínuo de mulheres grávidas, em pós-abortamento ou puerpério, e de seus recém-nascidos. O SAO ainda facilita a comunicação entre os diferentes níveis de atenção à saúde, reduz intervenções evitáveis e melhora a coleta e análise de informações clínicas.
O anúncio das novas portarias foi feito pela secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, em 28 de agosto, durante a 8ª Reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Para ela, essa entrega é estratégica no âmbito do programa Agora Tem Especialistas, do Governo Federal, e deverá ser amplamente divulgada entre estados e municípios.
Paula Xavier, diretora do Departamento de Informação e Informática do SUS (DATASUS/SEIDIGI/MS), enfatizou que a padronização dos dados do SA e do SAO garante maior continuidade no cuidado após a internação. Ela também destacou a relevância da RNDS receber dados assistenciais de média e alta complexidade, evidenciando a criação de diferentes modelos informacionais para integrar informações dos entes credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Com a padronização, a RNDS reafirma seu papel como plataforma oficial de interoperabilidade do SUS, reunindo atualmente mais de 2,9 bilhões de registros de saúde, o que a torna uma das maiores bases de dados clínicos do país. Essa iniciativa representa um passo significativo na segurança da informação, na transparência dos processos e na eficiência da gestão em saúde pública.
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