O Brasil está implementando ações para aprimorar a detecção precoce da hanseníase, prevenir incapacidades físicas e fortalecer o sistema de vigilância referente à doença, integrando o cuidado ao paciente nas iniciativas de atenção à saúde. As medidas incluem a introdução do teste rápido, o teste molecular para resistência microbiana, a vigilância do grau 2 de incapacidade física, a avaliação de resistência medicamentosa, um piloto de vigilância de óbitos e a Carreta da Saúde Roda Hans, além de campanhas de comunicação e educação, parcerias com instituições nacionais e internacionais e pesquisas clínicas.
A Carreta da Saúde Roda Hans se destaca como uma estratégia eficaz de mobilização social e capacitação de profissionais de saúde, sendo fundamental para o diagnóstico precoce da hanseníase, o combate ao estigma associado à doença e a promoção da saúde. Essa abordagem abrangente reforça a estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo uma atuação mais inclusiva e humanizada.
Conforme o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2025, a hanseníase permanece um desafio para a saúde pública. Em 2024, observou-se um aumento no número de novos casos entre idosos e na proporção de diagnósticos já acompanhados de incapacidade física, o que sugere diagnósticos tardios. As regiões Centro-Oeste e Norte, especialmente Mato Grosso e Tocantins, apresentaram as maiores taxas de detecção. Embora tenham ocorrido avanços em exames de contato e na escolaridade dos diagnosticados, notou-se uma queda nas taxas de cura e um aumento nas recidivas, reforçando a necessidade de diagnóstico precoce, expansão da rede de atenção e fortalecimento das ações de vigilância em todo o País.
A Estratégia Nacional de Enfrentamento à Hanseníase 2024-2030 foi elaborada para orientar a execução das ações em todo o território nacional, estabelecendo metas, diretrizes e responsabilidades para estados e municípios, promovendo a coordenação federativa e a qualificação das redes de serviços. A Fundação Sasakawa se destaca como parceira no fortalecimento dessas iniciativas.
O Programa Brasil Saudável, lançado em 2024 pelo Governo Federal, visa eliminar até 2030 11 doenças e cinco infecções de transmissão vertical associadas a condições de pobreza, falta de saneamento e exclusão social, incluindo a hanseníase. Entre as doenças negligenciadas também estão o tracoma, oncocercose, geo-helmintíases e esquistossomose.
No dia 2, uma delegação da Fundação Sasakawa foi recebida no Ministério da Saúde em Brasília para conhecer as ações realizadas pelo Brasil por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA/MS). A cooperação internacional atualmente apoia a qualificação de agentes comunitários de saúde em diversos municípios, com foco no aperfeiçoamento de profissionais médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e equipes de laboratório em diagnóstico, tratamento e prevenção de incapacidades.
Durante o encontro, a secretária da SVSA, Mariângela Simão, reiterou o compromisso do governo brasileiro no combate à hanseníase. “É fundamental destacar o empenho do ministro Padilha com essa agenda. A hanseníase integra o Programa Brasil Saudável, uma iniciativa do presidente da República, que deseja que os BRICs atuem nas doenças socialmente determinadas. Estamos dispostos a fazer o que for necessário para resolver essa questão”, declarou.
A delegação japonesa incluiu o secretário executivo da Fundação Sasakawa, Takahiro Nanri; a assessora de programas, Alice Cruz; o assessor especial, Marcos Virmond; o diretor executivo de programas, Kenji Shirotori; e o oficial de programas, Takumi Owada. Também participaram a coordenadora-geral de Vigilância da Hanseníase e Doenças em Eliminação, Jurema Guerrieri Brandão, além de técnicos da Pasta e membros do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan).
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