A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, participou nesta quarta-feira (27) do lançamento de estudos comemorativos aos quatro anos da Lei nº 14.192/2021, que combate a Violência Política de Gênero, no Congresso Nacional.
Em sua fala de abertura, a ministra ressaltou: “Muita gente queria negar a violência política de raça. Falava-se muito em gênero, mas ainda se negava a raça. Temos que pensar no que podemos fazer para termos um futuro político que verdadeiramente acolha esses corpos.”
Durante o evento, Anielle citou as violências enfrentadas por si mesma, pela ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e pela Deputada Benedita da Silva (PT-RJ), além de recordar o assassinato da vereadora Marielle Franco, sua irmã.
“Ao ouvir pessoas que já estavam na política há muitos anos, percebi que, embora vivenciassem a violência política, não a nomeavam. Por isso, é crucial que, como sociedade civil e governo, consigamos não apenas discutir teoria, mas refletir sobre ações práticas para combater essa prática”, acrescentou.
A discussão também abordou o tema da sustentabilidade da presença feminina na política, destacando os desafios que ainda precisam ser enfrentados e as iniciativas necessárias para consolidar os avanços.
O convite para a participação da ministra foi feito pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados.
A pesquisa do Instituto Marielle Franco, que analisou 77 casos de ataques virtuais contra mulheres negras, LGBTQIA+, periféricas e defensoras de direitos humanos na política, evidencia como o espaço digital tem sido utilizado como ferramenta de intimidação, silenciamento e exclusão.
Essa é a quarta pesquisa do Instituto sobre o tema e foi realizada em parceria com Justiça Global e Terra de Direitos. O estudo, que abrange casos entre 2021 e 2025, revela um padrão de ataques sistemáticos no ambiente digital, retratando essa violência não como uma exceção, mas como uma prática comum de exclusão política. A análise indica que o ambiente digital está saturado com discursos de ódio, desinformação, ameaças e violências simbólicas, físicas e psicológicas, que visam deslocar mulheres negras da política e minar a democracia.
Com base nos casos investigados, a pesquisa também apresenta recomendações práticas para instituições públicas, plataformas digitais, partidos políticos e a sociedade civil, visando uma abordagem estruturada para enfrentar a violência política digital e seus efeitos.
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