Título: Concurso Impulsiona Valorização da Pequena África no Rio de Janeiro com Foco em Arquitetos Negros
Na última sexta-feira (21), a ministra da Cultura, Margareth Menezes, lançou um importante concurso de ideias urbanísticas e arquitetônicas para a região da Pequena África, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. O evento, que coincidiu com o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, ocorreu no Teatro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e teve como objetivo primordial valorizar a identidade cultural afro-brasileira e a herança africana.
O concurso busca propostas inovadoras que melhorem os espaços da Pequena África, criando um ambiente que funcione como um "museu a céu aberto". A iniciativa é voltada para equipes lideradas por arquitetos ou urbanistas negros, com a ambição de instaurar o Distrito Cultural da Pequena África em bairros como Santo Cristo, Gamboa, Saúde, Centro, Cidade Nova e Estácio.
Em seu discurso, a ministra destacou a relevância da busca por reparação e pela construção de uma sociedade mais justa. "Estamos envolvidos com essa história, com essa necessidade de afirmação, de uma sociedade melhor. Então, para mim, é uma grande honra", afirmou Menezes.
A importância da cultura negra na formação da identidade brasileira foi enfatizada por João Jorge Rodrigues, presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP). Ele elogiou o esforço colaborativo com a Fundação, que visa restaurar e valorizar a memória cultural das comunidades afro-brasileiras, além de assegurar que essa rica herança ultrapasse as barreiras do turismo.
O Sítio Arqueológico Cais do Valongo, reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial desde 2017, é um dos principais pontos de referência da Pequena África. Este local, que já foi o principal porto de chegada de africanos escravizados, abriga diversos sítios históricos, como o Cemitério dos Pretos Novos e a Pedra do Sal, um dos berços do samba carioca.
Helena Tenório, diretora de Pessoas, Gestão e Operações do BNDES, ressaltou a significativa pesquisa realizada na região antes da elaboração do edital, onde foram coletadas opiniões e sugestões de mais de 600 pessoas. O BNDES enfatiza que este concurso é uma oportunidade de transformação e potencialização de um dos locais mais visitados do Rio de Janeiro.
As propostas podem englobar uma variedade de soluções, desde estratégias de mobilidade até ações culturais e educativas. O edital é claro: a participação deve ser coletiva e conectada com a cultura local, contribuindo para um ambiente urbano funcional e integrado.
As inscrições para o concurso estão abertas até o dia 15 de maio e os projetos vencedores receberão prêmios que vão de R$ 13 mil a R$ 78 mil. As avaliações das propostas levarão em conta a conexão com a história local, além de seu impacto social e viabilidade.
Esse concurso não apenas simboliza um avanço nas práticas de inclusão e valorização da cultura negra, mas também evidencia um compromisso histórico com a necessária reparação social em um Brasil que ainda enfrenta desigualdades.
Perguntas Frequentes
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Quem pode participar do concurso?
- O concurso é aberto a equipes lideradas por arquitetos ou urbanistas negros.
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Quais são os objetivos do concurso?
- O concurso busca propostas que melhorem os espaços na Pequena África, valorizando a identidade cultural afro-brasileira e criando um ambiente que funcione como um museu a céu aberto.
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Quando as inscrições estão abertas e até quando posso participar?
- As inscrições estão abertas até as 23h59 do dia 15 de maio.
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Quais são os prêmios atribuídos aos vencedores?
- O projeto classificado em primeiro lugar receberá R$ 78 mil; o segundo colocado receberá R$ 39 mil; e o terceiro, R$ 13 mil.
- Como as propostas serão avaliadas?
- As propostas serão avaliadas por uma comissão multidisciplinar com especialistas em arquitetura, cultura negra, patrimônio e outras áreas, levando em conta a conexão com a história local, impacto social, inovação e viabilidade.