quarta-feira, janeiro 22, 2025
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Ministra das Mulheres defende reconhecimento do trabalho feminino, com ou sem remuneração, durante debate no G20 Social

Avanços e Desafios no Trabalho de Cuidado no Brasil: A Visão da Ministra Cida Gonçalves

No contexto da Cúpula Social do G20, realizada no Rio de Janeiro, a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, destacou a importância do reconhecimento do trabalho de cuidado, que, em grande parte, recai sobre as mulheres no Brasil e no mundo. Durante a conferência internacional "Construindo sociedades do cuidado no G20 e além", ela defendeu que discutir a divisão sexual do trabalho doméstico é fundamental para aliviar a sobrecarga que as mulheres enfrentam em suas atividades diárias.

Cida Gonçalves ressaltou que as mulheres dedicam, em média, o dobro do tempo que os homens a atividades domésticas e de cuidados com familiares ou pessoas com deficiência. Essa desigualdade não apenas impacta sua saúde e bem-estar, mas também limita suas oportunidades de desenvolvimento profissional e autonomia econômica. "Seja remunerado ou não, o trabalho das mulheres não é reconhecido", afirmou, pedindo uma mudança profunda na percepção sobre o trabalho de cuidado.

Recentemente, um avanço importante foi registrado com a aprovação na Câmara dos Deputados do Projeto de Lei que institui a Política Nacional de Cuidados. No entanto, a ministra chamou a atenção para os desafios que essa lei enfrenta, especialmente devido à atual divisão política do Brasil, que pode levar a retrocessos nos direitos sociais e das mulheres. "É essencial que construamos um processo duradouro para que essa política se mantenha, independentemente de quem esteja no poder", enfatizou.

Outro ponto abordado por Cida foi a desigualdade salarial entre homens e mulheres, que no Brasil chega a 20%. A ministra destacou a relevância da Lei da Igualdade Salarial e Remuneratória, além de expressar preocupações sobre ações judiciais que visam isentar empresas da obrigação de publicar relatórios de transparência salarial. Além disso, a precariedade das trabalhadoras domésticas, muitas vezes sujeitas às condições de trabalho análogas à escravidão, foi um tema recorrente em suas considerações.

O evento, promovido pela Care 20 com apoio do W20 e outras entidades, reuniu especialistas e líderes para discutir como a economia do cuidado pode ajudar a construir um futuro mais justo e equitativo, especialmente em tempos de crise social e econômica. Iniciativas desse tipo são vistas como essenciais para promover o desenvolvimento sustentável e garantir que as vozes das mulheres sejam ouvidas em todos os níveis da sociedade.

Perguntas e Respostas sobre o Trabalho de Cuidado no Brasil

  1. O que é a Política Nacional de Cuidados?

    • A Política Nacional de Cuidados é uma proposta recente aprovada pela Câmara dos Deputados que visa reconhecer e regulamentar o trabalho de cuidado, promovendo maior equidade e proteção para aqueles que realizam essas atividades, especialmente mulheres.
  2. Quais são os principais desafios enfrentados na implementação da Política Nacional de Cuidados?

    • Um dos principais desafios é a atual polarização política no Brasil, que pode levar a modificações indesejadas na política e retrocessos em direitos sociais, além da necessidade de garantir a continuidade da política independentemente do governo em exercício.
  3. Qual a importância de discutir a divisão sexual do trabalho no cuidado?

    • Ao abordar a divisão sexual do trabalho, é possível promover uma conscientização sobre a sobrecarga enfrentada pelas mulheres nas atividades de cuidado e trabalho doméstico, buscando uma repartição mais justa dessas responsabilidades.
  4. Como a desigualdade salarial influencia o trabalho de cuidado?

    • A desigualdade salarial cria um ciclo de desvantagens para as mulheres, dificultando sua autonomia econômica e fazendo com que muitas precisem dedicar mais tempo a tarefas não remuneradas, como o cuidado e trabalho doméstico.
  5. Que condições as trabalhadoras domésticas enfrentam no Brasil?
    • Muitas trabalhadoras domésticas no Brasil vivenciam precariedade nas condições de trabalho, incluindo a falta de direitos trabalhistas básicos e, em casos extremos, enfrentam condições que podem ser consideradas análogas à escravidão.

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