Diminuímos a desassistência e a desnutrição que o garimpo ilegal trouxe aos indígenas", diz ministra
Em um evento realizado em Boa Vista, Roraima, a Ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou avanços significativos no atendimento à saúde da população indígena, especialmente na etnia Yanomami, que vem enfrentando sérias consequências devido à presença de garimpos ilegais na região. A ministra destacou que a luta contra a desnutrição e a desassistência está sendo intensificada através da ampliação da telessaúde e da construção de novas Unidades Básicas de Saúde Indígena (UBSIs).
Durante sua fala, Nísia Trindade ressaltou que o governo federal tem trabalhado arduamente para "restituir a atenção e o cuidado" que os povos indígenas merecem. Ela afirmou que ações governamentais foram implementadas para mitigar os efeitos devastadores causados pela atividade garimpeira, que resultou em grave desnutrição entre as crianças e idosos da comunidade, além de um aumento nos casos de malária e infecções respiratórias.
O evento também contou com a participação de Sandra Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas, e do governador de Roraima, Antônio Denarium. O coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, Mauricio Ye’Kwana, destacou a importância da atuação ministerial na recuperação da terra Yanomami e na eficácia das ações de saúde.
As ações do Ministério incluem a reabertura de sete Polos Base de Saúde, a construção de seis novas UBSIs, e um expressivo aumento no número de profissionais de saúde alocados na região, que agora contabiliza 1.759 profissionais.
A implementação de práticas inovadoras, como a telessaúde, já começa a dar frutos com a realização da primeira teleinterconsulta na região em agosto de 2024, uma iniciativa que visa aproximar os serviços de saúde da população que reside em áreas de difícil acesso.
A ministra também visitou uma unidade de saúde em construção dentro do Hospital Universitário da Universidade Federal de Roraima, que foi projetada para garantir um atendimento respeitoso à cultura indígena, permitindo a realização de rituais tradicionais em um espaço que integra medicina convencional com práticas ancestrais.
"Antes da obra, conversamos com as lideranças indígenas para que o hospital fosse um espaço de respeito à cultura local", afirmou Nísia Trindade, sublinhando o compromisso do governo em garantir um atendimento humanizado e culturalmente apropriado.
Perguntas e Respostas
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Qual foi o impacto do garimpo ilegal sobre a população Yanomami?
- O garimpo ilegal provocou sérias consequências, como desnutrição acentuada, aparecimento de doenças como malária e infecções respiratórias, além de desassistência em saúde.
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Quais ações o Ministério da Saúde está implementando para ajudar os indígenas?
- O Ministério da Saúde está ampliando o atendimento por meio da construção de novas Unidades Básicas de Saúde, a reabertura de Polos Base, e a contratação de mais profissionais de saúde para atender a população indígena.
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O que é Telessaúde e como está sendo usada na região Yanomami?
- Telessaúde é um sistema que permite consultas médicas à distância, facilitando o acesso a cuidados de saúde. Na Yanomami, o ministério já realizou sua primeira teleinterconsulta, melhorando o acesso a serviços médicos.
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Há alguma iniciativa específica para preservar a cultura indígena durante o atendimento médico?
- Sim, a nova unidade de saúde em construção na UFRR contará com espaço para que os indígenas realizem seus rituais tradicionais, integrando práticas de medicina ancestral com cuidados modernos.
- Como a comunidade indígena está participando desse processo?
- Lideranças indígenas estão sendo ouvidas e envolvidas nas decisões sobre a assistência à saúde, garantindo que as necessidades e propostas da população local sejam respeitadas e atendidas.