Na manhã desta sexta-feira (5), a ministra da Cultura, Margareth Menezes, visitou o Instituto Nova União da Arte (NUA) e a Uni Diversidade da Quebrada, ambos situados na Vila Jacuí, em São Miguel Paulista, São Paulo. Os reconhecidos pontos de cultura da região foram palco de uma roda de conversa que reuniu lideranças comunitárias, representantes de coletivos culturais e jovens locais.
Margareth destacou a importância da coletividade na cultura. “Nenhum artista faz nada sozinho. O ativo central da cultura é o ser humano, e ele é coletivo”, afirmou, lembrando também da mobilização popular na 4ª Conferência Nacional de Cultura, que resultou em 85 mil escutas. “As políticas precisam nascer do diálogo”, enfatizou a ministra.
A jovem Kayla, de 17 anos, compartilhou sua trajetória e seus sonhos, ressaltando a importância de seu envolvimento no projeto Vozes Negras, que forma jovens na produção de documentários sobre temas como racismo estrutural e apagamento da memória negra. “Ver uma mulher negra em um cargo de potência nos inspira”, disse.
A secretária de Articulação Federativa e Comitês de Cultura, Roberta Martins, enfatizou a necessidade de uma política de proximidade. “Não faz sentido realizar ações só a partir de Brasília. A gente anda de tênis para estar perto das pessoas”, afirmou. Ela também defendeu o fortalecimento dos conselhos locais e a fiscalização social.
Já o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural, Henilton Menezes, destacou o papel da Lei Rouanet no financiamento cultural no Brasil. Ele alertou sobre a necessidade de reconstrução da credibilidade do mecanismo, que havia sido mal recebido. “Se não tivéssemos uma lei robusta, as empresas não colocariam recursos em nossos projetos”, ressaltou.
João Jorge Rodrigues, presidente da Fundação Cultural Palmares, afirmou que a cultura é fundamental e deve ser prioridade do Governo Federal. Ele ressaltou o “renascimento cultural” sob a liderança do presidente Lula e da ministra Margareth, que integrou a Fundação ao novo MinC, garantindo políticas públicas para segmentos historicamente marginalizados.
O diretor de Promoção das Culturas Populares do MinC, Tião Soares, lembrou seu vínculo com a Zona Leste e ressaltou que as culturas populares são fundamentais para a formação social do Brasil. Ele celebrou novas legislações que beneficiarão o setor, incluindo a criação de portarias para festejos nacionais e a inclusão de culturas tradicionais na Lei Rouanet.
O deputado federal Simão Pedro abordou os investimentos em educação, citando a criação de universidades e o impacto do PAC na urbanização de áreas periféricas. Ele agradeceu pela verba de R$ 550 milhões destinada a São Paulo para apoiar diversas iniciativas culturais.
Em seu encerramento, a ministra enfatizou a importância da participação ativa do povo nas vitórias e na escolha de representantes comprometidos com a cultura.
O Instituto NUA, reconhecido como Ponto de Cultura desde 2018, é fruto de mobilização comunitária e se consolidou como referência na transformação social por meio da arte. Fundado em 2005, o NUA começou suas atividades em um lixão e se tornou um espaço para a infância e juventude, promovendo várias oficinas e atividades culturais.
Valter Passarinho, presidente do instituto, comentou a importância da visita da ministra para reforçar a relevância da periferia como um espaço de soluções sociais. O NUA implementa diversos projetos, incluindo o Vozes Negras, que valoriza as trajetórias de mulheres negras e estimula a cooperação e o desenvolvimento comunitário por meio de iniciativas como a Escola de Desnegócio.
Hermes de Sousa, um dos fundadores, destacou que a política do Ministério da Cultura busca ouvir e reconhecer as soluções que emergem das comunidades. A emoção e a potencialidade de transformação que a arte traz são partes intrínsecas desse processo social.
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