O Ministério da Igualdade Racial (MIR) atuou em missão nos dias 2 e 3 de setembro, em Adis Abeba, onde o secretário de Políticas para Quilombolas, Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, Povos de Terreiro e Ciganos, Ronaldo dos Santos, destacou o papel crucial das comunidades tradicionais na discussão sobre mudanças climáticas, durante a African Climate Week.
O evento teve como meta a transformação de compromissos climáticos em ações concretas, reunindo negociadores, gestores públicos, bancos de desenvolvimento, empresas, sociedade civil e representantes de comunidades locais. Promovido pelo Secretariado da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), o encontro serviu como preparação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em Belém, em novembro.
Ronaldo dos Santos ressaltou que a participação do MIR é um avanço significativo na representação do Brasil na COP30, enfocando questões étnicas e raciais que valorizam tradições e identidades. “Nossa presença na African Climate Week foi fundamental, especialmente com a ministra Anielle Franco liderando a Comissão Internacional de Comunidades Tradicionais, Povos Afrodescendentes e Agricultura Familiar”, afirmou, destacando a relevância do diálogo com a comunidade africana.
Além disso, durante a missão, o Ministério buscou parcerias com países africanos e organizações da diáspora para contribuir com insumos estratégicos para a COP30, com ênfase em justiça climática e reparação histórica. O MIR procurou garantir a participação de vozes historicamente silenciadas nas negociações climáticas internacionais, dando espaço a reivindicações de diferentes nações.
O representante do ministério esteve acompanhado de Edel Moraes, secretária de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural e Sustentável, do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Na sequência, Ronaldo dos Santos e Edel Moraes conduziram um apelo de comunidades locais e povos tradicionais, destacando a necessidade de preservar o meio ambiente e representaram a presidência da COP30.
Em reuniões com a Comissão Internacional de Comunidades Tradicionais, Afrodescendentes e Agricultura Familiar, foram apresentadas demandas para garantir o reconhecimento das contribuições dessa parcela da população pela UNFCCC. Líderes de países como Uganda, Moçambique e Nigéria relataram experiências de suas comunidades sobre justiça ambiental.
O MIR continua a trabalhar para que as vozes de grupos sub-representados sejam incluídas em discussões sobre justiça climática. Entre as principais áreas de atuação estão a preservação de territórios tradicionais, a valorização do conhecimento ancestral e o acesso a financiamento climático, promovendo uma transição justa que considera aspectos raciais e étnicos.
As Semanas do Clima, organizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) através da UNFCCC, visam estimular ações climáticas locais e regionais, como parte dos preparativos para as Conferências das Partes (COPs).
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