O Ministério de Portos e Aeroportos, em colaboração com secretários estaduais de turismo e representantes do setor de cruzeiros, anunciou a formação de um grupo de trabalho interministerial para a elaboração do primeiro Plano Nacional de Navegação de Cruzeiros. A iniciativa visa aumentar a competitividade do Brasil neste segmento, priorizando investimentos em infraestrutura, segurança jurídica, desburocratização e fomento ao turismo marítimo.
Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, destacou que a medida representa uma oportunidade histórica. “Estamos empenhados em transformar este encontro em um marco para o setor de cruzeiros, com um plano nacional que englobará publicidade, infraestrutura, Receita Federal, regulação e reforma tributária. Nossa expectativa é anunciar este programa até a COP-30, deixando um legado significativo para o país”, afirmou.
Alex Sandro de Avila, secretário nacional de Portos, apresentou projetos já em execução, como o leilão do terminal de Maceió, previsto para outubro; o de Recife, em novembro; e o leilão do Porto de Santos, em dezembro, que prevê um investimento de um bilhão de reais em um novo terminal de passageiros. “No Paraná, o governo estadual já demonstrou interesse em investimentos para atender a demanda da próxima temporada”, explicou. Segundo ele, tais iniciativas reforçam a confiança do setor e representam “quatro sinalizações concretas de novos terminais que devem se concretizar nos próximos cinco anos”.
O CEO da CLIA Global, Bud Darr, afirmou que o Brasil possui todos os elementos para se tornar uma referência mundial. “Atualmente, há 81 navios em construção na indústria, totalizando US$ 71 bilhões em investimentos. O Brasil tem todos os ingredientes para ser extremamente bem-sucedido, desde que ofereça infraestrutura sólida, demanda adequada e custos competitivos em relação a outros mercados”, disse. Ele ainda elogiou a nova concessão do terminal de Recife, destacando que 96% dos brasileiros que viajam em cruzeiros manifestam interesse em repetir a experiência, número superior à média global.
Secretários estaduais também enfatizaram a importância da integração regional, especialmente no Nordeste. Eduardo Bismarck, do Ceará, sublinhou a necessidade de uniformizar regras e eliminar obstáculos burocráticos. Marília Lima Herrmann, de Alagoas, reforçou a necessidade de roteiros que integrem toda a região, enquanto Marina Dias Marinho, do Rio Grande do Norte, destacou a importância de investimentos em dragagem para permitir a atracação de embarcações maiores.
Atualmente, o setor de cruzeiros movimenta R$ 5,2 bilhões anualmente e gera 84 mil empregos diretos e indiretos no Brasil. Com a implementação do Plano Nacional de Navegação de Cruzeiros, o Governo Federal almeja consolidar o país como um destino estratégico na indústria global, ampliando investimentos, fortalecendo a infraestrutura e promovendo o turismo marítimo em todo o território nacional.
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