Neil DeGrasse Tyson Revoluciona a Origem do Superman com uma Revisão Científica
A história do Superman é uma das mais icônicas da cultura pop. Apresentada pela primeira vez na década de 1930, a narrativa do herói que escapa de um planeta prestes a ser destruído e chega à Terra em uma cápsula, encontrando seu destino como salvador da humanidade, é reconhecida mundialmente. Entretanto, essa origem tão familiar passou por uma transformação significativa graças ao físico astrofísico Neil DeGrasse Tyson, que foi consultado para dar uma nova roupagem científica à trajetória do Homem de Aço.
Nos primórdios do Superman, detalhes científicos sobre viagens interplanetárias eram completamente ignorados. Durante a Era da Prata dos Quadrinhos, no entanto, a compreensão sobre ciência evoluiu, fazendo com que tanto a indústria quanto o público exigissem enredos mais coerentes e verossímeis. Assim, quando a DC Comics decidiu reiniciar a história do Superman com a nova linha chamada “Novos 52” no início da década de 2010, surgiu a oportunidade de revisar sua origem.
Tyson, renomado por sua capacidade de comunicar ciência de maneira acessível, recebeu a missão de estabelecer onde o planeta Krypton, lar do Superman, estaria no cosmos. Em uma entrevista de 2012 à NPR, o astrofísico revelou que ajudou a equipe criativa da DC a estimar que Krypton deveria estar localizado a cerca de 27 anos-luz da Terra. Para tornar a narrativa mais realista, Tyson também sugeriu que a viagem do Superman até nosso planeta deveria ocorrer mais rapidamente do que a luz, ou por meio de um buraco de minhoca.
A colaboração entre Tyson e a DC Comics culminou na história “Action Comics #14” de 2013, onde o Superman, após testemunhar a destruição de seu planeta natal, chega ao Planetário Hayden. Aqui, ele trabalha com astrofísicos para compilar dados de telescópios ao redor do mundo e descobre o paradeiro de Krypton. A maior revelação é que, mesmo que o planeta tenha explodido anos atrás, para Superman, a destruição ocorreu naquela noite fatídica.
Essas alterações não apenas aumentaram a credibilidade científica da origem do Superman, mas também introduziram novas dimensões emocionais à sua história. Com isso, o Homem de Aço agora é informado por uma perspectiva que combina ficção e ciência, tornando-o mais alinhado com as questões e os avanços contemporâneos.
Embora a DC Comics não tenha mais retornado a esses conceitos científicos na origem do Superman, o envolvimento de Neil DeGrasse Tyson é um exemplo valioso de como a ciência pode influenciar a narrativa em quadrinhos. A iniciativa de trazer cientistas para colaborar com criadores de histórias em quadrinhos pode gerar narrativas mais ricas e autênticas, e esperamos ver mais desse tipo de parceria no futuro. Em um mundo onde a informação é uma moeda valiosa, reimaginar mitos através de lentes científicas pode ser um caminho poderoso para conectar a cultura pop com a realidade.