sexta-feira, setembro 27, 2024
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Nova técnica brasileira pode revolucionar tratamento do câncer ao sobrecarregar células tumorais

Uma pesquisa inovadora conduzida pelo biomédico brasileiro Matheus Henrique Dias pode transformar o tratamento do câncer, especialmente o colorretal, o segundo mais comum no Brasil. Ao invés de tentar parar o crescimento das células cancerígenas, a nova abordagem estimula essas células até que elas “sobrecarreguem” e morram, criando um efeito comparável a um “tilt” — termo usado no universo dos videogames para descrever quando um sistema falha e trava.

Dias, especialista em biologia molecular, descobriu que, ao superestimular as células cancerígenas, é possível induzi-las a um nível de estresse tão elevado que elas não conseguem mais se dividir, levando à sua morte. A descoberta foi feita quase por acidente, durante uma pesquisa sobre divisão celular realizada há quase dez anos no Brasil. Desde então, Dias vem aperfeiçoando a técnica no Netherlands Cancer Institute, na Holanda, um dos centros de pesquisa mais respeitados na área de oncologia.

Tratamento Promissor Testado na Europa

O estudo já foi publicado em importantes revistas científicas, como a “Cancer Discovery”, e o tratamento deve entrar em fase de testes clínicos em breve, com pacientes que sofrem de câncer colorretal avançado e que não respondem mais aos tratamentos tradicionais, como a quimioterapia e radioterapia.

Segundo Dias, a técnica se baseia na combinação de dois medicamentos que sobrecarregam as células cancerígenas, causando o “tilt”, e posteriormente impedem que as células tentem se corrigir. Além de atacar diretamente as células cancerosas, a técnica oferece duas grandes vantagens em relação aos tratamentos convencionais: a redução da resistência das células ao tratamento e a preservação de células saudáveis, que muitas vezes são afetadas pelos métodos tradicionais.

Desafios e Potencial para Outros Tipos de Câncer

Apesar dos resultados promissores, especialistas como Jorge Sabbaga, chefe de Gastrointestinal da Oncologia Clínica do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), e João Viola, coordenador de Pesquisa e Inovação do Instituto Nacional do Câncer (Inca), ressaltam que o tratamento ainda está em fase experimental. Eles destacam que serão necessárias mais etapas de testes para comprovar a eficácia e segurança do método.

O potencial da técnica, no entanto, não se limita ao câncer colorretal. Pesquisas indicam que ela pode ser eficaz contra outros tipos de câncer, em diversos estágios da doença.

Com o aumento significativo de casos de câncer colorretal, que deve continuar crescendo nos próximos anos, essa nova abordagem surge como uma esperança para pacientes que enfrentam a doença.

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