O Governo do Brasil destinará mais de R$ 300 milhões para operações de Contratos de Opção de Venda (COV) de arroz da safra 2025/2026. A medida, que será implementada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), tem como objetivo proporcionar maior segurança de preços aos produtores e garantir contratos para cerca de 200 mil toneladas do grão.
No mecanismo de COV, o agricultor assegura a venda de sua produção ao governo por um preço previamente estabelecido. Caso o mercado ofereça condições mais favoráveis no momento da comercialização, o produtor pode optar por não executar o contrato, mantendo a liberdade para negociar sem custos adicionais. O presidente da Conab, Edegar Pretto, destacou que esta iniciativa atua como um seguro de preços, incentivando a produção e proporcionando previsibilidade ao setor.
“É a mão amiga do Governo Federal sinalizando, antes mesmo da semeadura, a opção de venda por um preço que torna viável economicamente o cultivo de arroz. Isso permite que o produtor planeje sua lavoura com a certeza de uma remuneração adequada na venda do produto. Se optar pela venda ao governo, o arroz irá para os estoques públicos e ajudará no abastecimento alimentar”, explicou Pretto.
Esta será a terceira rodada de COV para o arroz em menos de um ano, totalizando investimentos que já superam R$ 1,5 bilhão. Os detalhes da operação, incluindo valores de referência, prazos de negociação e vencimento dos contratos, serão divulgados em Portaria Interministerial e nos editais da Conab.
No final de 2024, a Conab já havia anunciado quase R$ 1 bilhão em contratos de opção, abrangendo até 500 mil toneladas da safra 2024/2025. Na ocasião, foi estabelecido um preço mínimo de R$ 87 por saca de 50 quilos, em um cenário de oferta elevada. Dessa primeira rodada, 91 mil toneladas foram efetivamente negociadas, com parte do volume já reforçando os estoques públicos.
Em junho deste ano, uma nova operação foi lançada em resposta à queda significativa dos preços, que recuaram mais de 42% entre outubro de 2024 e junho de 2025, atingindo uma média de R$ 65,46 por saca de 50 quilos. O governo então indicou valores em torno de R$ 74, resultando em quase 100% de adesão: 109,2 mil toneladas foram contratadas, correspondendo à totalidade da oferta disponibilizada.
O arroz dos estoques públicos pode ser utilizado pela Conab para abastecer a população em situações de crise ou emergência, além de evitar oscilações bruscas e manter preços justos ao consumidor.
O Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do Brasil, é responsável por cerca de 70% da produção nacional. De acordo com o 11º Levantamento da Safra de Grãos 2024/2025, a produção do estado atingiu 8,3 milhões de toneladas, um aumento de 15,9% em relação à safra anterior. Em todo o país, a produção foi estimada em 12,3 milhões de toneladas, com uma alta de 16,5%.
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