Em um cenário impensável no acirrado mundo da tecnologia, a Microsoft emergiu como a heroína da Apple, injetando vida na então fragilizada empresa com um aporte de 150 milhões de dólares. A história que parece roteiro de cinema aconteceu há 27 anos, num momento em que a Apple enfrentava sérios riscos de falência, com perdas significativas e uma linha de produtos que não conseguiam competir com gigantes como a própria Microsoft e a IBM.
Ao encontrarem-se em uma situação desesperadora, sem um sistema operacional à altura do Windows 95 e com o fracasso comercial do Newton, a salvação da Apple veio de onde menos se esperava. Em 6 de agosto de 1997, a Microsoft, surpreendentemente, investiu 150 milhões de dólares na empresa que, na época, estava com um pé na cova. Muitos ainda discutem a real influência desse investimento na recuperação da Apple. O certo é que esse movimento ajudou a Apple a continuar lutando em um mercado cada vez mais competitivo.
O investimento representou muito mais do que uma mera ajuda financeira; foi parte de um acordo que incluiu o compromisso da Microsoft de manter o desenvolvimento do Microsoft Office para Mac, garantindo assim a continuidade de um importante fluxo de receitas para si mesma. Adicionalmente, a Microsoft enfrentava um processo antitruste e o investimento na Apple poderia ser visto como um movimento para mostrar ao mercado e reguladores que ainda havia concorrência no setor.
Esse capítulo da história das duas gigantes da tecnologia culminou com a Microsoft lucrando significativamente ao vender as ações adquiridas naquele investimento inicial, recebendo aproximadamente 550 milhões de dólares. Hoje, olhando retrospectivamente, percebe-se que a Apple não só se recuperou como hoje é um dos maiores trunfos da economia mundial, com uma avaliação de trilhões de dólares.
O resgate da Apple pela Microsoft é uma das muitas histórias fascinantes do mundo corporativo de tecnologia que mostra como movimentos estratégicos podem ter repercussões duradouras e inesperadas. Fica a lição de que, às vezes, os salvadores surgem das sombras, mesmo que suas intenções não sejam inteiramente altruístas.
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