terça-feira, setembro 9, 2025
No menu items!
HomeSegurançaO Ministério do Esporte prestou homenagem a Aída dos Santos, reconhecendo sua...

O Ministério do Esporte prestou homenagem a Aída dos Santos, reconhecendo sua importância como pioneira do esporte feminino no Brasil

Em Tóquio, durante os Jogos Olímpicos de 1964, o Brasil contou com a participação de apenas uma mulher em sua delegação. Aída dos Santos, uma atleta negra criada na favela, se destacou entre os homens, competindo sem treinador, uniforme ou apoio, e conquistou o melhor resultado de uma brasileira em três décadas de Olimpíadas.

Nesta quarta-feira (27), a Comissão de Esporte do Senado Federal promoveu uma audiência pública em homenagem à ex-atleta, reconhecendo sua trajetória e as barreiras enfrentadas como mulher negra no esporte. A secretária Nacional de Excelência Esportiva do Ministério do Esporte, Iziane Marques, participou da cerimônia e enfatizou a importância da honraria.

“Entendo as dificuldades enfrentadas por mulheres atletas neste país, especialmente há tantos anos. Obrigada por abrir portas para que pudéssemos trilhar caminhos com mais facilidade. Homenagens são feitas em vida, e é crucial reconhecer a relevância de quem fez história”, destacou.

Aída dos Santos se tornou a terceira mulher negra a representar o Brasil em uma Olimpíada, seguindo os passos de Melânia Luz em 1948 e Wanda dos Santos em 1960. Lembrando sua experiência, ela compartilhou que não tinha afinidade com o atletismo inicialmente, mas não pôde jogar vôlei devido à sua cor. “Recordo das pessoas gritando: ‘Sai daí, crioula, seu lugar é na cozinha’”, disse Aída.

Ela competiu sem uniforme oficial e improvisou suas roupas e calçados. Aída revelou que, apesar de terem dito que não chegaria à final, isso a motivou ainda mais. “Utilizei uma saia e uma blusa emprestadas, e consegui um tênis de corrida para competir. Foi sofrimento, mas também uma vitória de persistência. Queria mostrar que, mesmo sem condições, poderia representar o Brasil.”

Além de suas conquistas no atletismo, com medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (1967) e Cali (1971), Aída é graduada em Geografia, Pedagogia e Educação Física, e atuou como professora universitária, formando novos atletas e educadores.

A senadora Leila Barros, autora do requerimento que concedeu o voto de louvor à atleta, ressaltou que a história de Aída foi marcada pela resistência. “Ela venceu barreiras sociais, econômicas e raciais. Sua conquista em Tóquio foi extraordinária, especialmente por competir sem estrutura. Sua trajetória exemplifica resiliência, talento e coragem”, afirmou.

Durante a reunião, Aída, mãe da medalhista olímpica Valeska dos Santos, recebeu uma placa que evidenciou seu legado: “Referência de excelência e superação, inspirando o desenvolvimento do esporte no Brasil e as lutas pela igualdade racial e de gênero”.

A audiência pública também contou com a participação da representante do Ministério das Mulheres, Lucimara Cardozo, e do presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, Wlamir Motta Campos.
Para mais notícias, acesse o TecMania.

RELATED ARTICLES
- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments