domingo, agosto 31, 2025
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O projeto Ciência&Clima dá início a um processo de diálogo sobre os impactos, a vulnerabilidade e a adaptação.

O projeto Ciência&Clima, desenvolvido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), iniciou um diálogo com instituições governamentais, da sociedade civil e acadêmicas sobre impactos, vulnerabilidades e adaptações. O objetivo do primeiro encontro, realizado na quarta-feira (20) em Brasília (DF), foi mapear iniciativas e estudos técnico-científicos que estão em andamento e que podem gerar dados para os relatórios de transparência do Brasil à Convenção do Clima.

Em 2026, o Brasil deverá apresentar sua Quinta Comunicação Nacional e o Segundo Relatório Bienal de Transparência, cumprindo assim os compromissos assumidos perante a Convenção do Clima e o Acordo de Paris.

O envolvimento de diferentes instituições na elaboração desses documentos, através do mecanismo de coprodução, é uma inovação no âmbito do projeto e deve aumentar a participação institucional. “Especialistas estão coletando informações relevantes para os relatórios de transparência. Trata-se de ações concretas de adaptação, estudos sobre cenários de impactos observados, riscos e vulnerabilidades, além do monitoramento de políticas públicas”, explicou a especialista em impactos, vulnerabilidades e adaptação do projeto Ciência&Clima, Mariana Paz.

Cerca de 50 participantes estão diretamente envolvidos nesta agenda, seja na execução de estudos e pesquisas, na formulação de políticas públicas ou em iniciativas implementadas em territórios.

Além do mapeamento, os participantes foram informados sobre os temas prioritários, como impactos observados, cenários futuros, riscos climáticos e políticas de adaptação. Foi apresentado o escopo do projeto, com foco nos itens relatados nos relatórios de transparência, bem como nos objetivos globais de adaptação, cujos indicadores estão sendo definidos a nível global, e nos objetivos nacionais de adaptação conectados ao Plano Clima.

A Quinta Comunicação Nacional pretende ampliar o escopo sobre impactos, vulnerabilidades e adaptações além das áreas de segurança alimentar, hídrica, energética e socioambiental. “É necessário uma abordagem mais abrangente para alinhar-se à agenda climática do Brasil, que conta atualmente com 16 planos setoriais e nove objetivos nacionais. Portanto, será preciso relatar o que está ocorrendo em termos de impacto, riscos e ações planejadas, executadas e seus resultados”, esclareceu Paz. “Estamos incentivando a participação de mais atores nesse processo para aprimorar os relatórios de transparência do Brasil”, concluiu.

Justiça climática e gênero – No período da manhã, o painel sobre justiça climática e gênero destacou a relevância de incluir essas dimensões de maneira transversal nos processos de produção de conhecimento, formulação de políticas e reportes climáticos em adaptação. Entre os palestrantes estava o coordenador do grupo de estudos de meio ambiente e sociedade do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), Pedro Jacobi.

O pesquisador, que atuará como revisor do Grupo de Trabalho II do Sétimo Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), afirmou que a ciência tem se concentrado cada vez mais na justiça climática, pois os eventos extremos exigem a proteção dos mais vulneráveis. “Justiça climática é a necessidade de desenvolver políticas públicas que incluam as questões raciais, étnicas e sociais nas respostas necessárias”, sintetizou Jacobi.

Durante a tarde, os participantes foram organizados em grupos temáticos para discutir lacunas de conhecimento, necessidades de dados e oportunidades de sinergia, resultando no mapeamento de diversas iniciativas com potencial de colaboração.

Sobre o projeto – O projeto de cooperação técnica internacional Ciência&Clima apoia o governo brasileiro na elaboração dos relatórios de transparência enviados à Convenção do Clima. O projeto é implementado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e recursos do Fundo Global do Meio Ambiente (GEF). Uma das componentes do projeto foca em impactos, vulnerabilidade e adaptação.

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