segunda-feira, setembro 1, 2025
HomeGovernoOficina técnica discute a importância dos dados de biomassa para o Inventário...

Oficina técnica discute a importância dos dados de biomassa para o Inventário Nacional de GEE.

O projeto Ciência&Clima, realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), conduziu uma oficina técnica nesta quinta-feira (21) que sublinhou a importância dos dados de biomassa para o Setor de Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF) no Inventário Nacional de emissões e remoções de gases de efeito estufa (GEE). O evento, realizado de forma virtual, contou com a presença de aproximadamente 50 especialistas na área e em todos os biomas do Brasil.

A oficina ocorre na mesma semana em que se consolida o plano de ação para aprimorar o Inventário Nacional e está alinhada com o cronograma de revisão dos fatores de emissão e remoção, além das bases de dados para atualizar as estimativas do setor.

O próximo Inventário será parte da Quinta Comunicação Nacional e do Segundo Relatório Bienal de Transparência do Brasil à Convenção do Clima, programados para apresentação em 2026. O MCTI lidera a elaboração desses documentos, que cumprem os compromissos de transparência do Brasil em relação à Convenção do Clima e ao Acordo de Paris.

O intuito foi promover uma discussão sobre a disponibilidade e as lacunas nos dados de biomassa no Brasil, além de motivar especialistas a contribuir para a sistematização de estudos sobre biomassa e carbono.

Na abertura do evento, Márcio Rojas, coordenador-geral de Ciência do Clima do MCTI e do projeto, destacou que o Brasil elabora o Inventário Nacional há cerca de 30 anos e que cada nova edição traz melhorias, adequando-se à disponibilidade de dados e às melhores ciências disponíveis.

Rojas observou que o Inventário segue diretrizes metodológicas e respeita os princípios de Transparência, Acurácia, Comparabilidade, Consistência e Completude (TACCC), conforme proposto pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). “O Brasil tem investido em processos de Controle e Garantia de Qualidade, realizados por especialistas brasileiros com experiência internacional na revisão de Inventários”, afirmou Rojas.

Conforme os dados do Inventário, o LULUCF foi responsável por 39,5% das emissões totais do Brasil em 2022. Este setor é visto como um ‘modulador’ do perfil das emissões brasileiras, sensível às taxas de desmatamento e degradação florestal.

Os especialistas apresentaram os principais avanços e melhorias em LULUCF em comparação aos dados e fatores de emissão utilizados em 2020, durante a elaboração da Quarta Comunicação Nacional.

Foram divulgadas informações sobre biomassa, as lacunas e as necessidades de dados para implementar melhorias, considerando todos os biomas e suas diferenças e fitofisionomias.

Jean Ometto, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), falou sobre a estimativa de biomassa na Amazônia utilizando a tecnologia LiDAR e o papel dos mapas para orientar os processos sobre as áreas de biomassa de florestas intactas, além da calibração e validação de dados em campo.

A ecóloga e especialista em LULUCF, Mercedes Bustamante, enfatizou que as transições de uso da terra, capturadas por sensoriamento remoto, devem ser feitas em escala nacional e dentro de um período que atenda às necessidades do Inventário Nacional. “Conforme o Inventário possui janelas temporais mais curtas, enfrentaremos a complexidade, pois algumas transições de uso da terra podem levar mais tempo que dois anos para serem identificadas”, explicou a pesquisadora, abordando questões relacionadas à degradação e à vegetação secundária.

A mudança do sistema de Relato, Mensuração e Verificação (MRV) para a Estrutura Aprimorada de Transparência (ETF) do Acordo de Paris estabelece um novo ciclo de submissão de um Inventário Nacional a cada dois anos.

Para mais informações sobre o setor, acesse o Primeiro Relatório Bienal de Transparência do Brasil e o Relatório do Inventário Nacional, que oferece detalhes metodológicos, além da cartilha Entenda o Inventário Nacional de GEE.

Saiba mais

O projeto de cooperação técnica internacional Ciência&Clima, responsável pela elaboração das Comunicações Nacionais e dos Relatórios Bienais do Brasil à Convenção do Clima, é implementado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).

RELATED ARTICLES
- Advertisment -

Most Popular

Recent Comments