Olinda (PE) – A histórica cidade de Olinda dá um passo importante para enfrentar o período chuvoso de 2026 com a implementação do Plano Municipal de Redução de Riscos e Desastres (PMRR). O projeto, que levou 18 meses para ser elaborado pela Secretaria Nacional de Periferias do Ministério das Cidades, foi recentemente apresentado durante uma Audiência Pública.
“O PMRR é uma ferramenta essencial para identificar problemas e propor soluções nas áreas mais vulneráveis, buscando a prevenção e a proteção da população que mais sofre diante de tragédias”, destacou Rodolfo Moura, diretor do Departamento de Mitigação e Prevenção de Riscos.
O plano identifica 241 áreas de risco, sendo 68% suscetíveis a deslizamentos e 32% a inundações, a maioria classificada como de alto risco. São propostas 20 intervenções estruturais em encostas e três projetos de macrodrenagem, além de ações não estruturais para reduzir a vulnerabilidade e evitar novos assentamentos em áreas perigosas. O último PMRR de Olinda foi elaborado em 2006.
Em Jaboatão dos Guararapes, localizado na região metropolitana do Recife, também foi finalizado um PMRR após 18 meses, revelando 394 setores de risco. Das áreas mapeadas, 68,27% estão propensas a deslizamentos e 31,73% a inundações, principalmente nos bairros Curado, Muribeca, Jardim Jordão e Sucupira. Tal como em Olinda, o plano propõe a realização de 20 obras preventivas e três para combate a inundações, incluindo a construção de piscinões e parques alagáveis.
“A principal contribuição do PMRR é converter conhecimento técnico em medidas práticas que diminuam a exposição das pessoas a altos riscos, salvando vidas. Além disso, o plano orienta investimentos futuros em habitação e infraestrutura, assegurando que a prevenção se torne parte fundamental da gestão municipal”, afirmou o professor Fabrizio Listo, coordenador do PMRR em Pernambuco.
Ao todo, haverá a elaboração de 200 Planos Municipais de Redução de Risco de Desastres, com financiamento e supervisão da Secretaria Nacional de Periferias, em parceria com diferentes organizações.
Atualmente, 10 planos estão em desenvolvimento com o Serviço Geológico do Brasil, com investimento de R$ 7,5 milhões, abrangendo cidades como Bento Gonçalves, Blumenau e Fortaleza. Em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz e universidades federais, outros 20 PMRRs estão sendo elaborados em localidades como Manaus, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
Com a UNOPS, ligada à ONU, um total de R$ 63 milhões está destinado à criação de 120 planos, com a fase de chamamento para empresas de engenharia e arquitetura em andamento. Além disso, mais 50 planos estão previstos para serem contratados em 2026.
Para mais notícias, acesse o TecMania.