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Onda de Calor: A Crise Silenciosa e Seus Efeitos Profundos

Ondas de Calor: Uma Emergência Silenciosa e Cada Vez Mais Mortal

As ondas de calor, eventos climáticos extremos que elevam as temperaturas a níveis alarmantes, têm se tornado uma preocupação crescente no Brasil, afetando diretamente a saúde da população. Embora sua intensidade tenha aumentado drasticamente nas últimas décadas, a percepção pública e as políticas de enfrentamento seguem desatualizadas, levando a uma verdadeira emergência silenciosa no campo da saúde pública.

Definidas pela Organização Mundial Meteorológica (WMO) como períodos de temperaturas máximas que ficam de 5ºC a 7ºC acima da média por pelo menos cinco dias consecutivos, as ondas de calor têm se tornado cada vez mais frequentes. Um estudo divulgado recentemente revela que, entre 1961 e 1990, o Brasil registrava em média apenas 7 dias de onda de calor anualmente. Atualmente, esse número disparou para 52 dias, evidenciando a grave mudança climática que o país enfrenta.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, incluindo Renata Libonati, alertam que o calor é um desastre negligenciado, especialmente em regiões tropicais. “As ondas de calor não apresentam um impacto visual, como os deslizamentos de terra, o que dificulta sua identificação como uma emergência”, observa Libonati. Essa invisibilidade leva ao desconhecimento dos riscos, frequentemente inadequadamente subestimados pela população que acredita estar habituada a climas quentes.

Um estudo recente mostrou que as altas temperaturas podem ser responsáveis por até 48 mil mortes no Brasil entre 2000 e 2018, um número impressionante quando comparado às mortes causadas por deslizamentos de terra, que são 20 vezes menores. No entanto, apenas 50 óbitos são oficialmente reconhecidos como relacionados ao calor, uma subnotificação alarmante que evidencia a necessidade urgente de aumentar a conscientização e o monitoramento dos efeitos do calor extremo.

Os dados revelam que grupos sociais mais vulneráveis, como mulheres, idosos e pessoas de baixa escolaridade, são os mais afetados pelos desastres térmicos, refletindo a intersecção entre fatores socioeconômicos e saúde pública. O acesso a ar-condicionado, a qualidade da infraestrutura urbana e a exposição ao calor no trabalho agravam ainda mais essa vulnerabilidade.

Além disso, a urbanização tem intensificado o fenômeno das ‘ilhas de calor’, onde áreas urbanas experimentam temperaturas significativamente mais altas do que as zonas rurais adjacentes. O fenômeno, combinado com um aumento drástico na população idosa, que deve alcançar quase 38% até 2070, representa um desafio crescente.

Diante desses dados, pesquisadores defendem que é urgente a implementação de políticas públicas que não apenas informem a população sobre os riscos associados às ondas de calor, mas que também abordem a adaptação das infraestruturas urbanas, a diminuição das emissões de gases de efeito estufa e a proteção dos mais vulneráveis.

Perguntas e Respostas sobre Ondas de Calor

  1. O que são ondas de calor?
    Ondas de calor são períodos prolongados de temperaturas máximas que ficam entre 5ºC e 7ºC acima da média, durando pelo menos cinco dias consecutivos.

  2. Quais são os principais riscos associados às ondas de calor?
    Os principais riscos incluem mortes por doenças cardiovasculares e respiratórias, desidratação, insolação e outras condições médicas agravadas pelo calor extremo.

  3. Quem são os grupos mais vulneráveis às ondas de calor?
    Os grupos mais vulneráveis incluem idosos, pessoas com doenças pré-existentes, mulheres e indivíduos com baixa escolaridade, além de trabalhadores que ficam expostos ao calor por longos períodos.

  4. Por que as ondas de calor são consideradas um desastre negligenciado?
    As ondas de calor não têm um impacto visual forte, como outros desastres climáticos, o que leva a um baixo reconhecimento público e a uma falta de políticas efetivas de enfrentamento.

  5. O que pode ser feito para enfrentar as ondas de calor?
    É necessário aumentar a conscientização pública, implementar políticas de adaptação na infraestrutura urbana, reduzir a emissão de gases de efeito estufa e proteger os grupos mais vulneráveis.

Fonte
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