Brasília, 09/09/2025 – Com o apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro iniciaram, nesta terça-feira (9), uma operação visando traficantes identificados através da compra de embalagens utilizadas na venda de drogas em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense.
Durante a ação, agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE) cumpriram mandados de busca e apreensão nos endereços dos suspeitos. Um homem, considerado a liderança de uma facção criminosa na região, foi detido em flagrante por posse ilegal de munição.
As investigações começaram após reportagens ressaltarem o uso de recipientes laboratoriais, conhecidos como “eppendorfs”, para comercialização de cocaína. Esses frascos, que são tradicionalmente utilizados em ambientes científicos, passaram a ser adotados por traficantes para fracionar e acondicionar drogas, com compras em larga escala realizadas por meio de plataformas digitais.
O trabalho foi apoiado por um relatório técnico do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), ligado à Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), também do MJSP.
Rodney da Silva, diretor da Diopi, destacou a eficácia da cooperação interinstitucional: “Quando unimos as capacidades técnicas do Governo Federal à atuação firme das polícias civis e ao rigor jurídico do Ministério Público, alcançamos resultados mais eficazes e protegemos melhor a sociedade. Essa integração é a essência do sistema de defesa social, onde cada instituição contribui com sua especialidade, resultando em um enfrentamento mais inteligente, preventivo e repressivo contra o crime organizado”.
Por meio das análises, foram identificados 77 usuários que, apenas em 2024, adquiriram entre 200 mil e 1,8 milhão de unidades cada, totalizando milhões de recipientes com possível destinação ilícita. Dentre eles, 11 suspeitos com endereços no Rio de Janeiro compraram juntos mais de 3,3 milhões de frascos.
Atuação do Ciberlab
O Ciberlab realizou o cruzamento de dados do comércio eletrônico, identificando padrões de aquisição incompatíveis com a finalidade científica dos insumos. Esse suporte permitiu à Polícia Civil e ao Ministério Público fundamentar pedidos cautelares e avançar nas investigações sobre a cadeia de fornecimento ligada ao tráfico.
As apurações continuam sob a responsabilidade da Polícia Civil e do Ministério Público, que buscam rastrear todos os envolvidos e esclarecer a estrutura criminosa relacionada à aquisição e uso das embalagens.
Legislação
Os investigados poderão ser responsabilizados por tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/2006) e outros crimes correlatos, cujas penas podem chegar a até 15 anos de reclusão.
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