Uma visita técnica do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, neste sábado (6), marcou o lançamento dos atendimentos no primeiro Centro de Referência em Saúde Indígena (CRSI Xapori Yanomami) do Brasil, situado no Território Yanomami, em Roraima. Com um investimento federal de cerca de R$ 29 milhões, a nova unidade amplia a capacidade de atendimento, fortalece a infraestrutura e eleva a qualidade da assistência à população indígena da região.
“A última construção aqui foi em 1992. Estamos trazendo a saúde da terra indígena Surucucu para o século XXI, com equipamentos modernos e melhores condições de trabalho para os profissionais”, afirmou o ministro. O projeto resulta de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) entre o Ministério da Saúde, a Central Única das Favelas (Cufa) e a organização Target Ruediger Nehberg Brasil, com apoio do Exército e de outras instituições.
Padilha garantiu que o compromisso do governo é superar os riscos de genocídio enfrentados pelo povo Yanomami, anunciando a construção de outras duas unidades até o final do próximo ano. O novo centro de saúde assegurará atendimento urgente a casos agudos e graves, beneficiando cerca de 40 mil indígenas de 60 comunidades, além de minimizar a necessidade de remoções para centros urbanos.
Desde o início do governo do presidente Lula, o número de polos de saúde com profissionais qualificados aumentou de sete para mais de 30, representando um crescimento de 169% de médicos, enfermeiros e outros profissionais nas terras indígenas. A nova unidade é um passo significativo para responder à crise sanitária que acometeu o povo Yanomami, especialmente em 2023, quando uma força-tarefa foi mobilizada para auxiliar as comunidades após um período de abandono.
O investimento no Centro de Saúde é dividido em R$ 15 milhões para construção e equipamentos, e R$ 14 milhões para custeio e manutenção de 164 profissionais, que incluem médicos clínicos, especialistas e agentes de saúde e saneamento. A unidade, com mais de 1.300 m², possui capacidade para acolher cerca de 120 pacientes e acompanhantes, dividida em três blocos principais.
O Centro contará com equipamentos modernos para diagnóstico e tratamento, incluindo raio-x, ultrassonografia e exames laboratoriais. O secretário de Saúde Indígena, Weibe Tapeba, destacou que a presença do Centro trará maior resolutividade ao atendimento, evitando a necessidade de longas viagens para exames.
Dados preliminares indicam uma redução de 33% no número de óbitos no território Yanomami em dois anos. Este resultado reflete a maior presença de profissionais de saúde e os investimentos em infraestrutura. Em 2025, registrou-se a realização de mais de 154 mil atendimentos, com quase 80% das crianças pequenas sendo acompanhadas.
O Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami é o primeiro criado para saúde indígena e abrange uma vasta área em Roraima e Amazonas. Com a atuação do governo, todos os 37 polos de saúde do DSEI estão operando em plena capacidade, reduzindo o vazio assistencial na região. Desde o início da Emergência de Saúde Pública, cerca de R$ 256 milhões foram investidos na recuperação e melhoria das infraestruturas de saúde indígena.
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