Um relatório da Corporação RAND revelou que mais de 80% dos projetos de Inteligência Artificial (IA) falham, uma taxa de fracasso que é o dobro da apresentada por startups sem vínculo com tecnologia de IA. O estudo, que conversou com 65 cientistas e engenheiros de dados atuantes na área de IA, aponta que um desalinhamento das expectativas das partes interessadas constitui a principal razão para o insucesso. Líderes muitas vezes possuem uma visão irrealista, influenciada pela ficção de Hollywood, do que a IA pode alcançar, resultando em um planejamento falho em termos de recursos e tempo necessários.
Os próprios cientistas de dados, entretanto, não estão imunes à crítica. Muitos são atraídos pelo apelo dos últimos avanços da IA, implantando-os em seus projetos sem considerar se trazem valor efetivo, evidenciando a chamada “síndrome do objeto brilhante”. Além disso, o estudo identifica problemas adicionais, como a falta de dados consistentes, infraestrutura precária e a incongruência entre a IA e o problema a ser resolvido. Tais problemas são notáveis também no meio acadêmico, onde o foco se direciona mais a publicar estudos do que a encontrar aplicações práticas.
O relatório cita casos como o da China, onde o CEO da Baidu notou excedentes em modelos de linguagem de grande escala que falham na entrega de aplicações práticas, apesar do grande número de patentes de IA generativa registradas pelo país. Tal cenário é um alerta para a indústria de IA, pois aponta para uma potencial bolha econômica em caso de continuado não cumprimento das promessas do setor.
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