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Racismo e Intervenções Sociais: Reflexões do Segundo Dia do Seminário do SUAS

Seminário Caminhos para Equidade Étnico-Racial Discute Combate ao Racismo no SUAS

Na última quinta-feira, 20 de março, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) deu continuidade ao seminário "Caminhos para Equidade Étnico-Racial", focado na problemática das desigualdades raciais em diversos setores da sociedade. O evento reuniu profissionais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), representantes da sociedade civil e especialistas em busca de soluções para as desiguais condições enfrentadas pela população negra no Brasil.

Um dos pontos altos da programação foi a exposição de dados alarmantes apresentados pelo especialista Luciano Ramos, que ressaltou que cerca de 70% das crianças de 0 a 4 anos cadastradas no Cadastro Único (CadÚnico) são negras. Além disso, ele destacou que 73,5% da população brasileira que vive abaixo da linha da pobreza pertence a esse grupo étnico. "Precisamos investir em letramento e capacitação, mas também assegurar a representatividade nos territórios onde os assistentes atuam. É crucial estarmos atentos aos vieses racistas existentes em nosso cotidiano", afirmou.

Durante o seminário, o professor da Universidade de Brasília (UNB), Leonardo Ortegal, enfatizou a importância de se humanizar os dados, entendendo que por trás de cada número há vidas reais. "O racismo cria um abismo entre quem pode acessar oportunidades e quem é constantemente marginalizado. É uma luta que afeta a estrutura social como um todo", observou.

A professora Ilka Custódio de Oliveira também contribuiu para o debate, trazendo à tona questões que afetam a população negra idosa. A reflexão sobre o envelhecimento dessas pessoas e a importância dos equipamentos do SUAS para seu atendimento foi um chamado à ação para garantir dignidade e assistência a todos.

No período da tarde, o coordenador-geral dos Serviços de Convivência da SNAS, Mallon Aragão, mediou uma mesa que abordou a resistência em trazer à tona questões raciais. Gabriele Batista, assistente social no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) em Taguatinga, destacou a dificuldade da população negra durante a pandemia, quando muitas famílias enfrentaram longas filas em busca de atendimento e assistência.

Matilde Ribeiro, ex-ministra e uma voz respeitada na luta contra o racismo, também compartilhou suas vivências e reforçou a necessidade de um cotidiano antirracista, enfatizando que "não basta não ser racista, é preciso agir ativamente para melhorar as condições de vida de todos".

O evento, que segue até 21 de março, visa incorporar a pauta de combate ao racismo de forma permanente nas dinâmicas do SUAS e dialogar com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, reafirmando o compromisso com a igualdade étnico-racial.

Perguntas e Respostas sobre o Seminário e Racismo:

  1. Qual é o principal objetivo do seminário "Caminhos para Equidade Étnico-Racial"?

    • O seminário visa debater e implementar pautas de combate ao racismo de forma permanente no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e na sociedade em geral.
  2. Quais dados foram apresentados sobre a população negra no Brasil?

    • Mais de 70% das crianças de 0 a 4 anos cadastradas no CadÚnico são negras, e 73,5% da população que vive abaixo da linha da pobreza é negra.
  3. O que especialistas afirmaram sobre a importância da representatividade?

    • A representatividade nos territórios de atuação é fundamental para que as políticas públicas atendam de forma efetiva às demandas da população negra.
  4. Que desafios foram discutidos em relação à assistência social durante a pandemia?

    • As assistentes sociais relataram a alta demanda e a dificuldade em atender as famílias negras durante a pandemia, enfrentando longas filas por assistência e suporte.
  5. Como o seminário contribui para o combate ao racismo?
    • O seminário traz à tona discussões sobre racismo, visibiliza as dificuldades enfrentadas por grupos étnicos e sociais, e propõe estratégias para integrar essa pauta nas políticas públicas de assistência social.

Fonte
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