Ações de saúde para quilombolas são reforçadas com foco na equidade racial
Em um avanço significativo para a saúde pública no Brasil, o Ministério da Saúde lançou o programa "Saúde sem Racismo", que visa garantir a equidade na saúde para as comunidades quilombolas. A ministra Nísia Trindade anunciou medidas que reforçam o compromisso do governo com a saúde integral dessa população, que enfrenta desafios históricos e estruturais.
Com cerca de 1,3 milhão de quilombolas espalhados por mais de 6 mil comunidades, essas populações historicamente sofreram com o acesso limitado aos serviços de saúde. A ministra destacou a relevância de investir na saúde das comunidades quilombolas como forma de reparar uma dívida histórica com essas populações. "Estamos colocando a saúde quilombola no centro da agenda pública, com políticas que promovam dignidade, inclusão e bem-estar para quem historicamente foi esquecido pelo Estado", afirmou Nísia.
Entre as ações anunciadas, estão o aumento de recursos para as Equipes de Saúde Bucal que atendem essas comunidades, a expansão do programa "Mais Médicos", a construção de novas salas de estabilização e Centros de Atenção Psicossocial (Caps), além de um projeto de "SUS Digital", que buscará modernizar o atendimento nas localidades de difícil acesso.
Outra medida significativa é a criação do Observatório para a Saúde da População Negra, que será instalado na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz) e coordenado em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Este espaço terá o objetivo de monitorar indicadores de saúde e desenvolver políticas inclusivas, com previsão de funcionamento para o primeiro semestre de 2025.
A população quilombola, predominantemente jovem – com uma média de idade de apenas 31 anos – enfrenta complexos desafios, como uma taxa de analfabetismo que é três vezes superior à média nacional. Além disso, as dificuldades de acesso aos serviços de saúde são acentuadas em áreas remotas do país. Com essas novas iniciativas, o Ministério da Saúde busca construir um sistema de saúde mais justo e equitativo, respondendo às necessidades históricas desses grupos e promovendo a justiça social.
Perguntas e respostas frequentes sobre o programa "Saúde sem Racismo":
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O que é o programa "Saúde sem Racismo"?
- É uma iniciativa do Ministério da Saúde que visa promover a equidade na saúde entre comunidades quilombolas, implementando ações específicas para enfrentar as desigualdades históricas que essa população enfrenta.
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Quantas comunidades quilombolas existem no Brasil?
- Segundo o Censo de 2022, existem mais de 6 mil comunidades quilombolas no Brasil, com uma população de cerca de 1,3 milhão de pessoas.
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Quais são algumas das ações propostas pelo programa?
- As ações incluem investimento adicional nas Equipes de Saúde Bucal, ampliação do programa "Mais Médicos", criação de salas de estabilização e Centros de Atenção Psicossocial, e a implementação do projeto "SUS Digital".
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O que é o Observatório para a Saúde da População Negra?
- É um novo espaço que será criado para monitorar indicadores de saúde da população negra e propor políticas inclusivas. Estará sediado na Escola Nacional de Saúde Pública e deve funcionar a partir de 2025.
- Como o programa "Saúde sem Racismo" busca impactar a vida das comunidades quilombolas?
- O programa visa melhorar o acesso à saúde, promover a inclusão e dignidade dos quilombolas, e criar condições para reduzir as desigualdades históricas em saúde que esse grupo enfrenta.