O universo dos jogos em smartphones recebeu uma atualização de peso com o lançamento de Resident Evil 7 para iOS, prometendo utilizar ao máximo as capacidades gráficas dos chipsets Apple Silicon, particularmente o A17 Pro dos iPhones 15 Pro e Pro Max. Ainda que a capacidade de rodar o jogo em 60 FPS e resolução de 900p seja impressionante para padrões de dispositivos móveis, parece que a audiência não seguiu o hype tecnológico.
Apesar do salto qualitativo, a adaptação do conhecido título da Capcom não atingiu sucesso comercial na plataforma da Apple, indicando um descompasso entre a oferta de jogos high-end e o comportamento de compra dos usuários. Conforme reportado pelo MobileGamer.biz, do total de 83.000 downloads da versão demonstrativa gratuita, menos de 2.000 se converteram em vendas do jogo completo.
Os números ilustram uma receita desapontadora, somando aproximadamente 28.148 dólares que, após a redução da comissão padrão de 30% da Apple, resultam em menos de 20.000 dólares líquidos. Contrariando as exigências modernas de performance e qualidade gráfica, o jogo que já soma mais de 7 anos desde o lançamento, reflete a dificuldade de jogos de grande orçamento em se estabelecerem no setor mobile.
Não é apenas uma questão de data de lançamento, pois outros títulos AAA mais recentes, como o remake de Resident Evil 4 e Resident Evil Village, também estão enfrentando desafios nas vendas, não atingindo uma marca significativa se comparados aos resultados em PCs e consoles. Parece que, mesmo com a tecnologia avançada dos novos iPhones, o público mobile ainda mostra resistência a jogos não desenvolvidos com foco nas especificidades da plataforma.
A situação coloca em cheque a estratégia de preço e comercialização de jogos consagrados para smartphones e apaixonados por games terão que aguardar para ver como o mercado irá se ajustar. Enquanto isso, a jornada da Apple para estabelecer uma presença mais forte no mercado de games de alta performance ainda tem um longo caminho pela frente.
