Brasil se Destaca na Definição do Sétimo Ciclo de Avaliação do IPCC
Seis cientistas brasileiros foram selecionados para representar o Brasil na reunião de definição de escopo do Sétimo Ciclo de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). O evento, que acontece de 9 a 13 de dezembro em Kuala Lumpur, na Malásia, reunirá mais de 240 especialistas de todo o mundo com o objetivo de identificar os principais temas que serão abordados pelos grupos de trabalho do IPCC.
Os grupos de trabalho do IPCC se concentram em três áreas fundamentais: a base científica das alterações climáticas, os impactos e a adaptação, e as estratégias de mitigação. As propostas elaboradas durante a reunião servirão como base para as deliberações dos governos na 62ª reunião do IPCC, prevista para fevereiro de 2025. Os cientistas brasileiros que participarão do encontro são Mercedes Bustamante (UnB), David Lapola (Unicamp), Maria Fernanda Lemos (PUC-RJ), José Marengo (Cemaden), Roberto Schaeffer (COPPE/UFRJ) e Patrícia Pinho (IPAM).
José Marengo, um dos representantes, destaca a importância dessas reuniões para moldar os conteúdos e enfoques do trabalho do IPCC. “É um momento em que se definem conteúdos e temas que serão analisados, com foco na adaptação, políticas de mitigação e energias renováveis”, afirma. Segundo ele, a presença de científicos brasileiros é vital para dar visibilidade às pesquisas locais, que muitas vezes não são discutidas em esferas internacionais.
A cientista Maria Fernanda Lemos ressalta o desafio de equilibrar as agendas entre o Sul e o Norte global nas discussões sobre mudança climática. Embora haja esforços para promover um equilíbrio na representação de diversas regiões, as disparidades na produção científica entre essas áreas permanecem significativas.
Outro participante, David Lapola, expressa entusiasmo pela oportunidade de contribuir nas discussões. Ele destaca que o trabalho preparatório para a reunião já começou e que os pesquisadores estão se aprofundando em documentos que orientarão os debates.
O IPCC, com 35 anos de história, não realiza pesquisas, mas compila e sintetiza as melhores evidências científicas disponíveis sobre as alterações climáticas. Seus relatórios desempenham um papel crucial nas decisões governamentais e na formulação de políticas, incluindo influências diretas em acordos importantes, como o Acordo de Paris.
O Sétimo Ciclo de Avaliação do IPCC, iniciado em julho de 2023, consistirá em três grupos de trabalho e um relatório síntese, abordando temas como os efeitos das mudanças climáticas, medidas de adaptação e estratégias de mitigação. Com isso, o ciclo promete ser uma importante plataforma para discutir soluções globais e regionais para um dos desafios mais prementes da contemporaneidade: as mudanças climáticas.
Perguntas Frequentes sobre o IPCC e o Sétimo Ciclo de Avaliação
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O que é o IPCC?
- O IPCC, ou Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, é um órgão da ONU que sintetiza o conhecimento científico sobre alterações climáticas, não realizando pesquisas, mas compilando e avaliando informações disponíveis.
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Qual é a importância da reunião em Kuala Lumpur?
- A reunião visa definir a estrutura, os conteúdos e os temas que serão abordados pelos grupos de trabalho do IPCC, influenciando as futuras decisões políticas em combate às mudanças climáticas.
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Como os pesquisadores brasileiros contribuem para o IPCC?
- Os pesquisadores brasileiros trazem à tona questões relevantes para a América Latina, promovendo maior visibilidade para os estudos realizados no Brasil e contribuindo para a diversidade de perspectivas nas discussões globais.
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Quais são os principais grupos de trabalho do Sétimo Ciclo de Avaliação?
- O ciclo é composto por três grupos de trabalho: um focado na base científica das alterações climáticas, outro em impactos e adaptações, e um último em mitigação das mudanças climáticas.
- Quando o Sétimo Ciclo de Avaliação será finalizado?
- O ciclo culminará com a 62ª reunião do IPCC, marcada para fevereiro de 2025, onde as propostas discutidas nas reuniões preliminares serão deliberadas e potencialmente integradas nas políticas climáticas globais.
