A COP 29 e a Importância da Plataforma SIRENE Organizacionais na Transparência das Emissões de Gases de Efeito Estufa
Na última terça-feira, dia 19, ocorreu um painel promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), durante a COP 29 em Baku, Azerbaijão, que abordou a relevância da plataforma SIRENE Organizacionais. Desenvolvida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a SIRENE tem como objetivo fundamental dar visibilidade e transparência às iniciativas brasileiras de Mensuração, Relato e Verificação (MRV) das emissões de gases de efeito estufa (GEE) das organizações.
Com a plataforma abrindo seu primeiro ciclo de recebimento de inventários empresariais, especialistas presentes no evento destacaram os benefícios de manter dados claros e acessíveis sobre as emissões das empresas. Márcio Rojas, coordenador-geral de Ciência do Clima do MCTI, ressaltou que a transparência é essencial para a competitividade das indústrias. “Se a transparência não for suficiente, pode trazer problemas”, afirmou Rojas, sublinhando a importância de uma base de dados robusta para a tomada de decisões estratégicas.
As discussões também enfatizaram que entender e gerenciar as emissões de GEE é uma responsabilidade das indústrias em um cenário de crescente pressão para a descarbonização. O consultor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Marco Antônio Caminha, afirmou que a falta de clareza sobre a pegada de carbono pode resultar em prejuízos financeiros. Ele ainda destacou a urgência de um sistema de registro de emissões corporativas, considerando as perspectivas de um mercado regulado de carbono no Brasil.
Rafaela Aloise, analista de políticas e indústria da CNI, moderadora do painel, reiterou a importância de um registro unificado nacional de emissões, apontando o SIRENE como uma ferramenta robusta para atender à demanda por informações confiáveis. Flávia Teixeira, gerente de Meio Ambiente da Engie, adicionou que a contabilização das emissões deve ser um fator crucial na tomada de decisões sobre investimentos, favorecendo as oportunidades de descarbonização.
Além disso, Maria Fernanda Pelizzon Garcia, gerente do Departamento de Sustentabilidade da CETESB, destacou a necessidade de alinhar normativas estaduais e federais, para que as empresas possam relatar suas emissões de forma integrada, aumentando a previsibilidade e eficiência dos processos.
O SIRENE Organizacionais, parte do Sistema de Registro Nacional de Emissões (SIRENE), foi instituído pelo Decreto nº 9.172/2017 e representa o compromisso do governo brasileiro com a transparência nas emissões de GEE.
Perguntas Frequentes
1. O que é a plataforma SIRENE Organizacionais?
A SIRENE Organizacionais é uma ferramenta desenvolvida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) para dar visibilidade e transparência às emissões de gases de efeito estufa (GEE) das empresas, permitindo um melhor gerenciamento e relatórios dessas emissões.
2. Quais são os benefícios de utilizar a plataforma SIRENE?
A utilização da plataforma proporciona dados transparentes que podem aumentar a competitividade das empresas, facilitar a captação de recursos e promover eficiência energética, resultando em redução de custos e otimização de processos.
3. Como a contabilização das emissões afeta a competitividade das indústrias?
As indústrias que não têm clareza sobre sua pegada de carbono enfrentam riscos financeiros significativos, pois a crescente preocupação com descarbonização e regulamentação de mercados de carbono exige que as empresas monitorizem e gerenciem efetivamente suas emissões.
4. Existe alguma regulamentação específica que as empresas devem seguir ao relatar suas emissões?
Sim, as empresas devem seguir as normativas estabelecidas tanto pelo governo federal quanto pelas agências estaduais, como a CETESB em São Paulo, que já possui a legislação sobre inventários desde 2012.
5. Qual é o impacto esperado do SIRENE no futuro do mercado de carbono no Brasil?
O SIRENE é visto como um sistema essencial para criar uma base de dados robusta sobre as emissões corporativas, o que facilitará a avaliação das ações de descarbonização necessárias e, por consequência, a implementação de um mercado regulado de carbono no Brasil que poderá fortalecer a economia verde.
