O cenário atual do ranking dos supercomputadores mais rápidos do mundo, comandado pelo Supercomputador Frontier dos Estados Unidos, pode estar prestes a ser redesenhado. A indicação deste panorama alternativo vem das declarações de Jack Dongarra, cofundador do Top 500, que sugere a existência de supercomputadores chineses, como o Sunway e o Tianhe-3, que teriam capacidades superiores às da máquina americana atual líder.
Essa perspectiva surge em meio a um crescente secretismo por parte do governo chinês e de seus cientistas, que nos últimos anos têm optado por não divulgar suas conquistas no campo da supercomputação. A suspeita é de que tal postura visa evitar dificuldades adicionais na aquisição de hardware de alto desempenho, face às restrições impostas pelos EUA.
As tensões entre as duas potências têm se refletido nas listas de classificação dos supercomputadores. O domínio chinês no Top500 em 2017, com 202 máquinas contra 143 dos EUA, foi significativamente atingido após restrições nos acessos a processadores Intel e outros hardwares essenciais estadunidenses. Tais medidas acompanhadas do desejo de manter informações confidenciais fomentaram a redução da participação chinesa na famosa lista.
Considera-se que a ambição chinesa não está limitada pela busca de eficiência econômica ou energética, mas também pelo entendimento dos supercomputadores como um instrumento de segurança nacional. Ainda assim, o véu de mistério levanta questões sobre a verdadeira capacidade dos supercomputadores da China e o real panorama da rivalidade tecnológica com os Estados Unidos.
O impacto dessa corrida pela supremacia na supercomputação vai além das estatísticas e rankings, abrangendo o desenvolvimento de tecnologias militares avançadas e até mesmo o equilíbrio nas capacidades nucleares. Em meio a isso, cientistas americanos e chineses podem estar caminhando para um futuro de competições isoladas, potencialmente prenunciando uma divisão que pode afetar negativamente o desenvolvimento tecnológico global.
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