A intenção do governo da cidade de Nova York em promover a inclusão digital nos bairros mais pobres enfrenta grandes obstáculos. O projeto que visa equipar estes locais com tecnologia de ponta através das torres Link5G está falhando em seu objetivo principal: fornecer conexão 5G.
Por conta da pandemia, o acesso à internet tornou-se ainda mais essencial, principalmente após a transição da educação para o modelo online. Cerca de 40% das famílias em comunidades carentes, no entanto, lidam com a falta de uma conexão internet rápida e confiável, um problema que afeta diretamente o desempenho de quase um milhão de estudantes.
A solução pensada para minimizar essa desigualdade foi a instalação de cerca de 200 torres Link5G pelas calçadas desses bairros, seguindo o bem-sucedido exemplo dos outdoors digitais do projeto LinkNYC de 2016. A ideia era que essas torres, cada uma com 32 pés de altura, não só ampliassem o alcance do 5G, mas também oferecessem serviços como pontos de recarga para celulares, hotspots Wi-Fi e acessos a serviços municipais através de tablets integrados.
No entanto, um grande impasse tem se mostrado um obstáculo ao progresso deste projeto: o desinteresse das operadoras T-Mobile e Verizon em instalar seus equipamentos de rede nas torres. Essa hesitação vem da avaliação de que a instalação e o funcionamento da rede 5G não seriam rentáveis e que soluções como o aluguel de telhados ou outras estruturas para a distribuição do sinal de banda larga mmWave seriam mais econômicas.
Atualmente, somente 1% das torres Link5G distribuem efetivamente a conexão 5G que a cidade esperava oferecer às comunidades desfavorecidas. Este cenário não apenas frustra os habitantes desses bairros, mas também representa um revés no Plano Diretor de Internet de Nova York, que visa eliminar o deficit de conectividade na metrópole.
O agravante surge com o término dos subsídios federais para banda larga, deixando um milhão de famílias ainda mais vulneráveis à desconexão. CityBridge, a empresa de tecnologia contratada para a implementação das torres, reforça que os serviços menores ainda estão disponíveis, mas admite que a ativação do 5G tem levado mais tempo do que o desejado.
O desenrolar do projeto Link5G em Nova York realça a complexidade e os muitos desafios envolvidos em garantir acesso à internet de qualidade em regiões subatendidas. Enquanto isso, as comunidades mais pobres continuam aguardando a promessa de inclusão digital, essencial para a educação e o desenvolvimento econômico e social.
