No dia 5 de setembro, a B3, em São Paulo, será o palco do início de uma obra esperada há mais de um século. Com o leilão prestes a definir a empresa encarregada da construção e operação do Túnel Santos-Guarujá, a primeira travessia submersa do Brasil promete revolucionar a mobilidade urbana, estimular a economia local e melhorar a qualidade de vida das mais de 720 mil pessoas que residem nas duas cidades.
Atualmente, milhares de pessoas atravessam o canal diariamente por meio de balsas, embarcações ou rodovias, com tempo de espera que pode chegar a uma hora. A expectativa é que, com a conclusão do túnel, essa travessia seja reduzida para apenas dois minutos, uma melhoria significativa em relação ao tempo atualmente gasto, que varia entre 8 e 60 minutos.
Célia, uma professora e moradora da região, ressalta que a obra terá um efeito positivo tanto na rotina quanto no comércio local. “Essa é uma cidade turística, com alta demanda, e a obra do túnel será essencial para todos nós. Com o túnel, teremos menos tempo de espera e melhor acesso às atividades comerciais”, comenta.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, enfatizou a importância do projeto. “O túnel Santos-Guarujá é uma das obras mais emblemáticas do Novo PAC, simbolizando um novo tempo para a mobilidade urbana e a infraestrutura do Brasil. Com o esforço colaborativo dos governos federal e estadual, essa obra irá encurtar distâncias, gerar empregos e fortalecer o turismo, dinamizando a economia local e melhorando a logística do Porto de Santos.”
A estrutura contará com seis faixas de tráfego, incluindo ciclovia e passagens para pedestres, eliminando a necessidade de longas esperas por balsas, o que deve tornar o cotidiano mais tranquilo para os moradores que transitam entre as cidades. Além disso, facilitará o acesso a serviços essenciais, como saúde, educação e áreas comerciais.
A autônoma Meire Rodrigues é uma das que vê a nova ligação como uma solução para os problemas de mobilidade. “Vai facilitar muito a locomoção e reduzir o trajeto. Isso é algo fundamental, especialmente em dias de chuva, quando a travessia de barca se torna arriscada.”
A construção do túnel também terá um impacto significativo sobre a economia da região da Baixada Santista. A ligação fixa entre Santos e Guarujá deverá impulsionar o comércio, atrair novos investimentos e reforçar o turismo local.
Mauro Sammarco, presidente da Associação Comercial de Santos, acredita que a obra será um marco para a competitividade da região. “O túnel, esperado há quase um século, promoverá um grande salto na integração e desenvolvimento da Baixada Santista.”
A expectativa em Guarujá é similar, com a possibilidade de a cidade se tornar um novo polo econômico. Wagner Rodrigo Cruz de Souza, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarujá, afirmou que a ligação direta não se trata apenas de mobilidade, mas da chave para o desenvolvimento econômico da cidade.
O investimento total está estimado em R$ 6,8 bilhões, financiado por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP). A empresa vencedora do leilão terá a responsabilidade pela construção, operação e manutenção do túnel ao longo de 30 anos.
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