Verão 2024/2025: O Sexto Verão Mais Quente no Brasil Desde 1961
O verão de 2024/2025 foi oficialmente encerrado às 6h02 da manhã desta quinta-feira, 20 de março, e as análises meteorológicas revelaram que esta foi a sexta estação mais quente registrada no Brasil desde 1961. Com uma temperatura média 0,34°C acima do histórico calculado entre 1991 e 2020, o cenário climático deste verão prolonga a tendência de aquecimento observada nas últimas décadas.
As temperaturas acima da média foram uma constante em várias regiões do país, com destaque para o Rio Grande do Sul, onde três ondas de calor distintas, que ocorreram em janeiro, fevereiro e março, elevaram as temperaturas a níveis extremos. Apesar da influência do fenômeno La Niña, que normalmente atua para diminuir as temperaturas globais, o Brasil manteve um rítmo elevado de calor, sendo que os últimos anos, especialmente após 1990, têm registrado temperaturas anormais.
Os fenômenos climáticos, como El Niño e La Niña, continuaram a moldar o clima brasileiro. Nos anos sob influência do El Niño, como 2015-2016 e 1997-1998, as temperaturas foram significativamente mais altas. A Organização Meteorológica Mundial (OMM) destaca a emissão crescente de gases do efeito estufa como uma das causas primordiais desse aquecimento contínuo.
Verão Chuvoso na Região Norte e Centro-Norte
Além do calor intenso, o verão também foi marcado por chuvas volumosas, especialmente nas zonas Norte, no Maranhão e no norte do Piauí, onde alguns locais registraram mais de 700 mm de precipitação, superando as médias históricas. Essas chuvas foram induzidas pelo sistema meteorológico conhecido como Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que resulta da interação dos ventos alísios do hemisfério norte e do sudeste do hemisfério sul.
Em contrapartida, a Região Centro-Oeste e partes do Sudeste do Brasil experimentaram dias de seca, com precipitações insuficientes, abaixo da média nas localidades que não foram diretamente afetadas por sistemas frontais. O centro-norte do Mato Grosso, partes de Goiás e São Paulo conseguiram bons índices de chuva, mas a maior parte do Sudeste e Centro-Oeste permaneceu com números decepcionantes em relação ao esperado.
As instabilidades atmosféricas e o movimento dos sistemas frontais levaram a chuvas intensas no Sul do país. No entanto, regiões como o oeste do Rio Grande do Sul registraram precipitações abaixo da média histórica, levando à preocupação com a agricultura local.
Conclusão
O verão 2024/2025 se destaca como um período de extremos climáticos no Brasil, refletindo as intensas alterações climáticas que vêm ocorrendo globalmente. As informações climáticas servem não apenas para compreender o presente, mas também para preparar o país para as consequências futuras do aquecimento global.
Perguntas e Respostas:
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Por que o verão de 2024/2025 foi considerado o sexto mais quente no Brasil?
O verão foi classificado como o sexto mais quente devido às temperaturas médias que ficaram 0,34°C acima das médias históricas, afetando diversas regiões do país. -
Como as ondas de calor impactaram a temperatura no Brasil?
O Rio Grande do Sul enfrentou três ondas de calor entre janeiro e março, o que contribuiu significativamente para o aumento da temperatura e o registro de máximas. -
O fenômeno La Niña não ajudou a impedir o aumento das temperaturas?
Apesar do La Niña, que geralmente reduz as temperaturas globais, o Brasil ainda apresentou um verão quente, evidenciando uma tendência de aquecimento contínua nos últimos anos. -
Quais regiões enfrentaram chuvas acima da média durante este verão?
A Região Norte, especialmente o Maranhão e o norte do Piauí, registraram chuvas acima da média, com volumes superiores a 700 mm. - Como a emissão de gases do efeito estufa está relacionada a esse fenômeno?
O aumento das emissões de gases do efeito estufa está intensificando o aquecimento global, conforme destacado pela OMM, e está diretamente ligado às temperaturas mais quentes observadas durante os verões brasileiros.