Uma nova era de baterias para smartphones e outros dispositivos móveis parece estar a caminho, sugerindo um avanço significativo na conveniência e eficiência dos usuários. Segundo um estudo publicado nos Anais da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (PNAS), pesquisadores da Universidade do Colorado desenvolveram uma técnica que pode permitir o carregamento de smartphones completamente em apenas um minuto.
A chave para essa inovação está nos supercapacitores, que diferentemente das baterias convencionais, oferecem a possibilidade de ciclos de carga e descarga em alta velocidade. Especificamente, a pesquisa conduzida pelo pesquisador Ankur Gupta concentra-se na movimentação acelerada de íons – átomos com cargas líquidas positivas – através desses supercapacitores. Gupta ressalta que algumas técnicas similares têm sido aplicadas em estudos de movimentação de fluídos através de materiais porosos, como em reservatórios de petróleo e sistemas de filtragem de água, mas a aplicação dessas ideias ao armazenamento de energia ainda é relativamente inexplorada.
As descobertas sugerem que o comportamento dos íons quando passam por interseções de poros em escala nanométrica difere consideravelmente da maneira como os elétrons se movem nesse mesmo tipo de ambiente. Além disso, esses movimentos de íons parecem divergir do que é esperado de acordo com a Lei de Kirchhoff, que desde 1845 é utilizada para modelar o fluxo de corrente em circuitos elétricos.
A partir do estudo, os pesquisadores conseguiram não apenas entender como os íons se movem por uma rede complexa de pequenos poros, mas também simulá-los e prever seu comportamento de maneira rápida. Segundo Gupta, “esse é o salto do trabalho” e representa “o elo que faltava”.
No momento, a tecnologia descoberta encontra-se em estágio de pesquisa e ainda não está disponível comercialmente. Contudo, a perspectiva de poder um dia carregar a bateria do seu telefone em meros sessenta segundos é entusiasmante e representa um forte incentivo para o contínuo investimento em pesquisa e desenvolvimento no campo da tecnologia de energia.
É claro que há muitas questões operacionais e de segurança a serem resolvidas antes que tal tecnologia possa ser implementada em dispositivos de consumo. Mas, à medida que a mobilidade pessoal se torna cada vez mais uma parte crítica do nosso dia a dia, soluções como essa têm o potencial não apenas de incrementar a usabilidade dos dispositivos móveis, mas também de benefícios ambientais ao possibilitar o uso de baterias com menores capacidades e, consequentemente, menos materiais.
Este avanço incrementa ainda mais a empolgação dentro da comunidade científica e consumidora. Enquanto aguardamos ansiosamente por atualizações que possam indicar a transição dessa tecnologia do laboratório para as nossas mãos, o potencial que ela apresenta é, sem dúvida, motivo para otimismo quanto ao futuro do armazenamento de energia móvel.
