IA tira voz de YouTuber — vídeos supostamente ofensivos agora não estão mais listados: Atualizado

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Um conhecido YouTuber e especialista em Raspberry Pi, Jeff Geerling, fez uma alegação preocupante de que sua voz teria sido clonada por inteligência artificial e usada sem sua autorização em uma série de vídeos tutoriais criados pela empresa Elecrow. Os vídeos eram destinados a ensinar sobre o Raspberry Pi Pico e o ESP32, temas frequentemente abordados por Geerling em seu próprio canal no YouTube.

Em um vídeo intitulado “Eles roubaram minha voz com IA”, Geerling levantou discussões sobre direitos autorais e privacidade na era da tecnologia de IA. Ele relata que, apesar de não ter relações negativas anteriores com a Elecrow, a empresa utilizou uma voz muito semelhante à sua para narrar os tutoriais. A Elecrow, ao ser confrontada, não só removeu os vídeos questionados como também respondeu às acusações afirmando que o funcionário que criou o conteúdo não estava a par das políticas de direitos autorais da empresa.

O CEO da Elecrow entrou em contato diretamente com Geerling, oferecendo compensação pelo inconveniente. A companhia afirmou que iniciou uma investigação interna e irá reforçar o treinamento de seus funcionários para prevenir futuras violações de direitos autorais. Todos os vídeos aos quais Geerling fez referência foram deslistados na verificação realizada em 23 de setembro de 2024.

Este incidente acontece na esteira da situação da atriz Scarlett Johansson, que no início do ano já havia enfrentado uma situação semelhante. A voz criada por IA “Sky” da OpenAI foi acusada de ter sido baseada na voz de Johansson. O caso gerou ampla discussão sobre os limites legais e éticos do uso de clonagem de voz por IA.

A área legal entorno desse tema ainda é considerada cinzenta e não existe, segundo Geerling, um precedente legal claro relacionado ao uso não autorizado de clonagem de voz por IA. No entanto, ele menciona um caso da Suprema Corte dos EUA ocorrido na década de 1980, no qual a atriz Bette Midler processou a Ford Motor Company por usar um imitador de sua voz em comerciais sem a sua autorização.

O caso serve como um exemplo de como a área precisa evoluir e se adaptar às novas tecnologias para proteger os direitos individuais contra o uso indevido da imagem e voz. A Elecrow, por sua vez, prometeu melhorar seus processos internos de revisão de conteúdo para evitar que situações semelhantes ocorram no futuro.