Desde o lançamento do iPhone original em 2007 até a chegada do iPhone 5 em 2012, a Apple se manteve com uma linha restrita de modelos de smartphones. No entanto, essa estratégia começou a mudar com o advento do iPhone 6 Plus, que trouxe uma tela maior para atender a um público específico. Posteriormente, com o lançamento do iPhone SE em 2016, a Apple passou a atender aqueles nostálgicos por dispositivos mais compactos.
O crescimento exponencial na variedade de iPhones atingiu um novo patamar com o iPhone X em 2017, que introduziu o controverso “notch” e uma tela OLED. Seguiram-se as versões econômicas XR e Max, que expandiram ainda mais as opções disponíveis. Esse ritmo de diversificação continuou com o lançamento do iPhone 12 Mini, que apesar de ter sido descontinuado anos depois, marcou a tendência da empresa de lançar múltiplas versões a cada ciclo – algo que atingiu o pico com quatro novos iPhone lançados em um único ano.
A fragmentação tornou-se ainda mais nítida com a série iPhone 14. Modelos como o 14 e o 14 Plus já possuíam características inferiores em relação aos Pro, incluindo telas de menor qualidade e chips de gerações anteriores. Esse afastamento entre as versões regulares e as Pro indicava uma clara estratégia de diferenciação por parte da Apple.
Para a série iPhone 15, essa diferenciação foi intensificada, com recursos exclusivos como câmera com zoom periscópio sendo restritos ao modelo 15 Pro Max. A tendência mostrou-se ainda mais evidente com recursos do pacote Apple Intelligence AI limitados aos modelos 15 Pro e Pro Max.
A Apple planeja elevar essa fragmentação no lançário do iPhone 16, que virá com quatro tamanhos de tela diferentes, diferenciando ainda mais os modelos em termos de especificações e capacidades de software. Analistas, como Ming-Chi Kuo, apontam que a decisão de limitar recursos em modelos menos caros pode estar relacionada não só à potência do processador, mas também à quantidade de RAM disponível.
Fatores como estes demonstram que a estratégia de fragmentar a gama de produtos e direcionar consumidores para opções mais caras está trazendo resultados positivos para a Apple. Modelos como o iPhone 14 Pro e Pro Max apresentaram taxas de adoção significativas, e o iPhone 15 Pro Max tornou-se o aparelho mais vendido do mundo.
Em resumo, a Apple está firme na sua estratégia de segmentar intensamente seus modelos de iPhone, visando empurrar os consumidores para os dispositivos de maior valor agregado, uma tática que, até o momento, tem provado ser um sucesso em termos de receita e adoção de mercado.
