Na última conferência da WWDC, a Apple trouxe novidades que podem mudar o panorama da segurança de dados pessoais. Com a introdução da Apple Intelligence, uma série de funcionalidades de inteligência artificial emergiram para os sistemas operacionais macOS, iOS e iPadOS. Essa atualização, prevista para o outono, incluirá uma parceria com a famosa ChatGPT, gerando dúvidas sobre a proteção efetiva dos dados dos usuários.
A Apple tradicionalmente adota uma abordagem de privacidade firmemente intransigente, onde alega coletar poucos ou nenhum dado dos seus consumidores, em nítido contraste com as práticas de coleta do Google. Entretanto, para alimentar a IA, a empresa passará a necessitar de dados adicionais, os quais sairiam do dispositivo e seriam processados na nuvem. Apesar disso, a Apple garante que pretende manter o máximo de processamento de IA nos próprios aparelhos.
Como solução para as exigências de processamento de dados em larga escala sem violar a privacidade, a Apple propõe a criação da “Nuvem de Computação Privada”. Este sistema deverá processar as solicitações complexas dos usuários mantendo a uniformidade de privacidade prometida pela Apple, segundo disse o vice-presidente sênior de engenharia de software da companhia, Craig Federighi. A Apple assegura que a arquitetura de segurança dessa nova plataforma de IA em nuvem será a mais avançada jamais lançada, processando os dados sem jamais armazená-los ou torná-los acessíveis a qualquer pessoa, incluindo própria Apple.
Para mostrar transparência, a Apple convidou especialistas do setor independente para inspecionar o código-fonte do Private Compute Cloud, buscando assegurar aos seus usuários que seus dados estarão protegidos. No entanto, surgem questões quanto à participação do ChatGPT, já que a OpenAI, empresa por trás do ChatGPT, possui um histórico questionável no que diz respeito à proteção de dados.
No intuito de dissipar tais inquietações, a Apple afirma que o ChatGPT aplicado ao Apple Intelligence e ao Siri não terá acesso automático aos dados pessoais dos usuários e que todas as interações dependerão da permissão expressa do consumidor. Além disso, acordos entre Apple e OpenAI incluem a condição de que esta última não armazenará as solicitações feitas por usuários de dispositivos da Apple nem os seus endereços IP.
A companhia também revelou que a preparação de sua própria IA, o modelo de linguagem OpenELM lançado mais cedo esse ano, foi feita sem comprometer informações pessoais dos usuários, empregando dados licenciados e informações públicas, protegendo a identidade e particularidades de usuários.
Com todas estas iniciativas e salvaguardas, a Apple pretende assegurar que os usuários podem, de fato, confiar na segurança de seus dados sob a custódia da Apple Intelligence. No fim das contas, apesar de promissor, somente os futuros testes e análises de especialistas isentos poderão confirmar se as medidas tomadas são tão eficazes quanto prometido pela gigante de Cupertino.
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