quinta-feira, dezembro 26, 2024
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Câmara discute a relevância da representatividade feminina no combate à violência de gênero

A Importância da Representatividade Feminina no Combate à Violência de Gênero

Na última terça-feira, 19 de novembro, a Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher promoveu uma audiência pública que discutiu ações para a campanha "21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher". Esta iniciativa, que se inicia no dia 20 de novembro e se estende até 10 de dezembro, conta com a participação de parlamentares do Senado e da Câmara dos Deputados e visa aumentar a conscientização sobre a violência de gênero no Brasil.

Durante a audiência, a Secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Denise Motta Dau, salientou a essencialidade da representatividade feminina na política e em diversos espaços de poder. Para ela, garantir a presença de mulheres na formulação e implementação de políticas de prevenção à violência é fundamental para salvar vidas. “Não é só uma cadeira, não é só uma figura decorativa”, expressou a senadora Augusta Brito (PT-CE), enfatizando a necessidade de maior inclusão das mulheres, especialmente as negras, em posições de decisão.

Um dos pontos críticos abordados foi a falta de cumprimento das normas estabelecidas para promover a igualdade de gênero nas candidaturas políticas. A ministra substituta do Tribunal Superior Eleitoral, Vera Lúcia Santana Araújo, apontou que os partidos políticos muitas vezes burlam as cotas que garantem 30% de candidaturas femininas e a destinação equitativa de recursos públicos para campanhas eleitorais. Ela questionou a incoerência dos partidos que elaboram as leis mas não as respeitam.

A plateia também presenciou discussões sobre a necessidade de novas políticas que realmente atendam à magnitude do problema, visto que as já existentes, embora necessárias, têm se mostrado insuficientes. Damares Alves, senadora, relatou as dificuldades enfrentadas por mulheres candidatas para acessarem os recursos destinados a suas campanhas, indicando que a gestão desses fundos precisa ser revisto para assegurar que sejam controlados por mulheres.

Além das discussões sobre política, Denise Motta Dau apresentou mais detalhes sobre a Casa da Mulher Brasileira, que oferece um atendimento multidisciplinar às mulheres em situação de violência. Com um investimento de R$ 296 milhões desde 2023, o governo busca garantir um suporte integral às vítimas, integrando diversos serviços em um único espaço.

A Campanha de Ativismo

A campanha "21 Dias de Ativismo", que acontece entre 20 de novembro e 10 de dezembro, se une ao movimento global "16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher", que se inicia no Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, 25 de novembro, e termina no Dia dos Direitos Humanos, 10 de dezembro. No Brasil, a escolha do início da campanha em 20 de novembro está ligada ao Dia da Consciência Negra, destacando a vulnerabilidade das mulheres negras em relação à violência. As atividades buscam não apenas conscientizar, mas também gerar ações efetivas para a mudança.

Perguntas e Respostas:

  1. Qual é o objetivo da campanha "21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher"?

    • O objetivo da campanha é aumentar a conscientização sobre a violência de gênero e promover ações efetivas para seu combate no Brasil.
  2. Por que a representatividade feminina é importante na política?

    • A representatividade feminina é crucial para garantir que as políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres sejam formuladas de acordo com suas realidades e necessidades, salvando vidas e proporcionando suporte adequado.
  3. Quais desafios as mulheres enfrentam nos partidos políticos?

    • As mulheres enfrentam barreiras para acessar os recursos públicos destinados a suas candidaturas e muitas vezes são vítimas de fraudes nas cotas de candidaturas femininas, resultando em uma sub-representação significativa.
  4. O que é a Casa da Mulher Brasileira?

    • É um espaço criado para oferecer atendimento multidisciplinar e humanizado às mulheres em situação de violência, integrando serviços especializados como apoio psicossocial, delegacia, e assistência jurídica.
  5. Como o governo tem investido no combate à violência contra a mulher?
    • Desde 2023, o governo federal investiu R$ 296 milhões na construção da Casa da Mulher Brasileira e outros R$ 10 milhões em projetos para equipar esses espaços, visando oferecer um suporte completo às mulheres em situação de vulnerabilidade.

Fonte
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