O CEO da Netflix, Ted Sarandos, sustenta uma visão ousada e provocativa: filmes aclamados como ‘Barbie’ e ‘Oppenheimer’ poderiam ter alcançado seu grande sucesso mesmo se estivessem disponíveis apenas no serviço de streaming. Em entrevista ao renomado jornal The New York Times, Sarandos argumentou que a plataforma poderia proporcionar aos títulos uma audiência igualmente massiva, desafiando a crença de que filmes devam ser vistos preferencialmente nas salas de cinema.
“Não vejo razão para imaginar que alguns filmes funcionem ‘melhor’ ou ‘pior’ em plataformas de streaming. Não existe uma regra que determine que um filme seja intrinsecamente melhor em uma tela maior”, disse Sarandos, exemplificando com uma história pessoal: “Meu filho, que é editor e tem 28 anos, assistiu ‘Lawrence da Arábia’ em seu celular.”
Muitos cinéfilos e profissionais da indústria questionam essa perspectiva, defendendo que obras cinematográficas, especialmente aquelas com grandiosas paisagens e visualmente impactantes como a clássica dirigida por David Lean, foram projetadas para serem vistas em tela grande, afim de proporcionar ao espectador a experiência completa que o diretor tinha em mente.
Ainda assim, a visão de Sarandos está alinhada à filosofia de negócios da Netflix, focada na distribuição democrática de conteúdo e na crença do seu poderoso algoritmo, que ele louva por promover produções como ‘Bebê Rena’, uma série (ou filme?) que ganhou destaque dentro e fora do Reino Unido graças à capacidade da plataforma de identificar tendências e preferências do público global.
Esta visão reforça a ideia de que, nos tempos atuais, não existem mais fronteiras para o entretenimento e que os espectadores têm o poder de escolher onde, como e quando querem desfrutar do seu conteúdo preferido, seja no cinema, em casa ou na palma da mão.
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