Com as chuvas intensas que vêm causando estragos no Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite (PSDB) fez um grave alerta à população de algumas das principais cidades serranas do estado. Moradores de São Francisco de Paula, Canela, Gramado, Nova Petrópolis, Vale Real e Feliz foram instruídos a deixarem suas residências ante o risco iminente de inundação do Rio Caí, potencializado pelo aumento do nível das águas.
O pedido por evacuação e o alerta à população foram comunicados por meio das redes sociais do governador, sendo uma “orientação expressa” para que as medidas preventivas fossem tomadas o mais rápido possível.
Eduardo Leite já havia decretado estado de calamidade pública na região, considerando o grande número de municípios afetados pelos temporais, com mais de 100 localidades no estado sofrendo consequências severas. O decreto, válido por 180 dias, foi publicado no Diário Oficial após a confirmação de 13 mortes e o desaparecimento de pelo menos 21 pessoas.
Em um cenário dramático, caracterizado por desastres de Nível III, definidos por danos e prejuízos substanciais, a tragédia vem deixando muitos desabrigados, alagamentos e prejuízos materiais consideráveis.
Alertas semelhantes foram feitos em Caxias do Sul, onde há risco de rompimento da Represa Dal Bó. A situação crítica levou à evacuação de área, em especial os bairros de Fátima e Santa Catarina, que estão à beira de alagamentos.
Em meio à crise, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve de cancelar um sobrevoo pela cidade de Santa Maria devido ao mau tempo, que é uma das mais atingidas pelas chuvas. O presidente participou de uma reunião com o governador para discutir as ações de resgate e auxílio à população afetada.
As projeções meteorológicas não são animadoras. A semana pode trazer mais chuvas com volumes altos, o que agrava o cenário nas áreas já castigadas por cheias e inundações. O alerta é de que a situação já grave pode se tornar extremamente crítica.
Um levantamento da Defesa Civil gaúcha aponta que há mais de 1.400 pessoas deslocadas em abrigos e mais de 1.400 desalojadas. Somando os diretamente afetados pelas chuvas, o número chega a mais de 19 mil pessoas. O órgão estadual e as equipes de resgate continuam mobilizados para atender as emergências e prover assistência aos necessitados.
Com a previsão do tempo indicando mais precipitação para os próximos dias, autoridades e população permanecem em alerta na esperança de que as chuvas deem lugar a dias melhores, enquanto o trabalho conjunto entre governos municipal, estadual e federal se intensifica para minimizar os impactos dessa catástrofe sobre a população do Rio Grande do Sul.
