Empresas chinesas de telecomunicações, incluindo a China Mobile, China Unicom e China Telecom, estão sob escrutínio do governo dos Estados Unidos. A administração Biden investiga alegações de que essas corporações estão compartilhando dados pessoais de consumidores americanos com o governo de Pequim.
As acusações apontam que essas provedoras de serviço sem fio coletam informações pessoais dos cidadãos dos EUA por intermédio de seus negócios de nuvem e Internet operados nos Estados Unidos e, posteriormente, transferem os dados coletados para as autoridades chinesas, como declarado pelo Departamento de Alfândega.
Uma investigação sobre as práticas dessas empresas foi iniciada, segundo fontes que preferiram o anonimato. O Departamento de Comércio dos EUA conduzirá a verificação e já convocou as três companhias suspeitas para esclarecimentos, complementado por análises de risco realizadas pela agência.
Apesar de as empresas investigadas estarem proibidas de prestar serviços de telefonia e Internet diretamente ao consumidor no mercado americano, a configuração dos negócios em solo dos Estados Unidos permite que elas forneçam serviços em nuvem e redirecionem o tráfego wholesale de Internet, tendo assim potencial acesso aos dados pessoais de americanos.
Nenhum comentário foi realizado pelas companhias chinesas em questão, nem pelos advogados delas. Da mesma forma, o Departamento de Justiça e o Departamento de Comércio abstiveram-se de emitir declarações. A Embaixada da China em Washington, por outro lado, se pronunciou solicitando que os Estados Unidos cessem as supostas opressões injustas às empresas chinesas e garantiu que a China continuará a defender os direitos e interesses de suas empresas.
A agência de notícias Reuters, que investigou o caso de forma independente, também informou não ter encontrado prova alguma que indique a transferência de dados pessoais de americanos para o governo chinês ou qualquer outra irregularidade cometida pelas referidas empresas.
Este episódio é mais um desenvolvimento nas crescentes preocupações e declarações sobre segurança cibernética e proteção de dados personais, áreas em que as tensões entre Washington e Pequim aparentam estar em ascensão. Especialistas apontam que as ações da administração americana podem afetar a capacidade das empresas de telecomunicações chinesas de oferecer serviços de nuvem e Internet no país e gerir quaisquer negócios residuais nos Estados Unidos.
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