Construção do Novo Plano Nacional de Cultura Reúne Mais de 90 Gestores e Trabalhadores em Mato Grosso
Nos dias 29 e 30 de novembro, a cidade de Cuiabá, Mato Grosso, se tornou o palco de um importante encontro entre mais de 90 trabalhadores e gestores culturais. A iniciativa teve como objetivo central a construção coletiva do novo Plano Nacional de Cultura (PNC), que estabelecerá diretrizes para as políticas culturais brasileiras nos próximos dez anos. O evento ocorreu na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), evidenciando a diversidade cultural e a necessidade de integrar as múltiplas vozes do estado na formulação desse plano.
Conduzido pela diretora de Articulação e Governança da Secretaria dos Comitês de Cultura do Ministério da Cultura, Desiree Tozi, o encontro reuniu uma ampla gama de representantes, incluindo produtores culturais, artistas de diversas áreas como música, teatro e artesanato, bem como representantes de grupos tradicionais, como povos indígenas, quilombolas e ciganos. A presença de gestores municipais e estaduais de cultura, de integrantes de pontos de cultura e do Conselho de Cultura de Mato Grosso reforçou a importância da colaboração entre diferentes esferas de governo e da sociedade civil.
Desiree destacou que as etapas de escuta da população vão percorrer as 27 capitais do Brasil, com o encerramento previsto para dezembro. "Estamos escutando o que o Brasil precisa de forma ampla para a Cultura nos próximos dez anos, mas que também tenha a cara de cada Estado", afirmou, ressaltando a relevância da participação local.
Durante a Oficina Territorial, os participantes foram divididos em quatro grupos de trabalho (GT), cada um focado em diferentes eixos temáticos: Gestão e Participação Social; Fomento à Cultura; Patrimônio e Memória; Formação; Infraestrutura, Equipamentos e Espaços Culturais; Economia Criativa, Proteção Social, Emprego, Trabalho e Renda; Bem Viver e Justiça Climática; Cultura Digital e Direitos Digitais.
A voz de grupos muitas vezes marginalizados, como a de Jéssica Tiago Lopes Kido Ekureudo, indígena do povo Bororo, ecoou fortemente durante o evento. Jéssica, que almeja expor as realidades do seu povo, fez parte do GT que debateu questões sobre trabalho e renda, além do eixo de Bem Viver e Justiça Climática. “A natureza é nossa mãe, ela é nossa identidade… E é para ela que a gente vai voltar”, refletiu sobre a importância da floresta para sua cultura e modo de vida.
Após as etapas nas capitais, o processo de escuta continuará até o fim de dezembro em um formato aberto, pelo portal Brasil Participativo, onde todos poderão contribuir com ideias e propostas para os eixos temáticos do PNC.
A oficina em Cuiabá foi promovida pelo escritório estadual do Ministério da Cultura, em parceria com o Comitê de Cultura de Mato Grosso, a Secretaria Estadual de Cultura, Esporte e Lazer (Secel/MT) e a UFMT, mostrando a colaboração indispensável entre as diferentes esferas de governo para o fortalecimento das políticas culturais. Vannessa Jacarandá, coordenadora de Comunicação do Comitê de Cultura, ressaltou: “Mato Grosso tem cores e sabores muito próprios, e essas nuances precisam constar do planejamento cultural do Brasil para a próxima década”.
Perguntas e Respostas Frequentes
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O que é o Plano Nacional de Cultura (PNC)?
O PNC é uma norma que estabelece diretrizes e políticas culturais para o Brasil, visando promover e fortalecer a diversidade cultural e as artes do país por um período de dez anos. -
Quem participou da construção do PNC em Mato Grosso?
O evento contou com a presença de mais de 90 trabalhadores e gestores culturais, incluindo artistas de diversas áreas, representantes de povos indígenas, quilombolas, ciganos e gestores públicos. -
Como a população pode contribuir para o PNC?
A população pode contribuir acessando o site Brasil Participativo, onde informações e espaços para sugestões sobre os eixos temáticos do PNC estão disponíveis até o fim de dezembro. -
Quais são os eixos temáticos discutidos na oficina?
Os eixos incluem Gestão e Participação Social, Fomento à Cultura, Patrimônio e Memória, Formação, Infraestrutura, Economia Criativa, Proteção Social e Justiça Climática, entre outros. - Qual a importância da diversidade cultural na elaboração do PNC?
A diversidade cultural enriquece a política cultural do Brasil, garantindo que as especificidades e necessidades de diferentes grupos e regiões sejam consideradas no planejamento e implementação de programas e ações culturais.
