Lançado há quatro décadas, o thriller “Na Caçada da Noite” (The Long Good Friday) mantém seu status como um marco influente do gênero de cinema de gangster. Até hoje, a força de sua narrativa e a sofisticação de sua execução seduzem cinéfilos e inspiram cineastas.
Dirigido por John Mackenzie e estrelado por um envolvente elenco, incluindo Bob Hoskins em uma atuação carismática e Helen Mirren legitimando a trama com sua personificação de poder feminino, o filme se desenrola no submundo do crime londrino, tecendo uma história rica e complexa. Não é à toa que influencia até hoje produções modernas do subgênero “brit-crime” criadas por diretores como Guy Ritchie, incluindo longas como “Snatch: Porcos e Diamantes” e “RocknRolla”.
A narrativa gira em torno de Harold Shand, um chefe do crime determinado a transformar seus negócios ilegais em empreendimentos legítimos, projeto ameaçado por uma série de atentados e assassinatos que desestabilizam o seu domínio. O filme é também uma radiografia da Londres dos anos 80, explorando ambientes que vão dos luxuosos apartamentos nas áreas nobres à sórdida realidade dos guetos urbanos.
Além de um roteiro excepcional, “Na Caçada da Noite” se beneficia da cinematografia impecável e uma trilha sonora que acentua o clima de tensão constante que permeia a obra. A preservação de sua versão completa, graças à intervenção de George Harrison e sua HandMade Films, garantiu que a visão do diretor chegasse às massas sem censura, um presente para os entusiastas da sétima arte.
Apesar de não estar prontamente disponível para o público brasileiro, “Na Caçada da Noite” é uma dessas raridades cinematográficas que merece ser buscada, oferecendo uma experiência de visionamento que é ao mesmo tempo um registro histórico dos filmes de gangster e uma obra de arte intemporal que ressoa até os dias de hoje.
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