Acessibilidade no Atendimento Socioeducativo: Um Passo Rumo à Inclusão
Recentemente, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) lançou o Levantamento Nacional do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) de 2024, que traz à tona um diagnóstico crucial sobre a acessibilidade nas unidades de atendimento socioeducativo para adolescentes e jovens com e sem deficiência no Brasil. Este relatório, desenvolvido em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), é parte integrante do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, intitulado "Novo Viver sem Limite".
O estudo revela que, em um cenário onde quase 200 jovens declararam ter algum tipo de deficiência, a acessibilidade nas unidades socioeducativas é um tema urgente. Anna Paula Feminella, secretária Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência do MDHC, enfatiza a importância de garantir que todas as unidades sejam acessíveis, não apenas para cumprir legislações, mas para promover a igualdade de direitos e a inclusão de todos.
Os dados coletados pelo levantamento indicam que apenas 29,85% das unidades possuem acessibilidade arquitetônica adequada, enquanto 39% oferecem acessibilidade comunicacional. Mayara Silva de Souza, coordenadora-geral de Políticas Públicas Socioeducativas, destacou que a superação das barreiras de acessibilidade é fundamental para proteger os direitos dessa população vulnerável, conforme estipulado pela Constituição Federal.
Além do diagnóstico de acessibilidade, o MDHC também está promovendo outras iniciativas sob o Novo Viver sem Limite. Entre as ações, destaca-se a criação de um Fórum Nacional de Gestores de Políticas para Pessoas com Deficiência e a campanha "Estou aqui: a invisibilidade é o retrato do capacitismo". Essas iniciativas visam não apenas a inclusão, mas também o enfrentamento da discriminação e do capacitismo que ainda persiste na sociedade.
O Novo Viver sem Limite, lançado em novembro de 2023, propõe um investimento de R$ 6,5 bilhões, com 95 ações previstas, das quais 18 já estão concluídas. Até o momento, estados como Piauí, Maranhão e Bahia já aderiram à política pública, que busca empoderar pessoas com deficiência e garantir seus direitos.
Para que essa proposta se concretize e faça a diferença, o engajamento e a parceria entre a sociedade e o governo são essenciais. A acessibilidade nas unidades de atendimento socioeducativo é apenas o primeiro passo em um caminho mais amplo de inclusão e garantia de direitos, mas que depende do comprometimento de todos os envolvidos.
Perguntas e Respostas Frequentes
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Qual o objetivo do Levantamento Nacional do Sinase?
O objetivo é avaliar e fortalecer as políticas públicas socioeducativas no Brasil, com foco na acessibilidade para adolescentes e jovens com e sem deficiência. -
Quantas unidades apresentaram acessibilidade arquitetônica?
Apenas 29,85% das unidades analisadas apresentam acessibilidade arquitetônica. -
O que é o Novo Viver sem Limite?
É um plano nacional que estabelece diretrizes para garantir os direitos das pessoas com deficiência e suas famílias, abordando aspectos como acessibilidade, inclusão e enfrentamento do capacitismo. -
Quantos estados já aderiram ao Novo Viver sem Limite?
Até o momento, sete estados, incluindo Piauí e Bahia, já aderiram ao plano. - Qual o investimento previsto para o Novo Viver sem Limite?
O plano conta com um investimento total de R$ 6,5 bilhões, que será aplicado em diversas ações voltadas para a inclusão e os direitos das pessoas com deficiência.