O lançamento do novo recurso Recall, integrado ao Windows 11, foi recebido com preocupações relacionadas à privacidade dos usuários. Em resposta a essas inquietações, a Microsoft procurou defender a novidade, enfatizando que todos os dados resultantes do recurso são processados localmente, nunca enviados para a nuvem. No entanto, as explicações apresentadas pela empresa a respeito do manuseio dessas informações parecem não ter sido suficientemente claras para aplacar as dúvidas da comunidade.
O sistema Recall integra as funcionalidades da inteligência artificial Windows AI à plataforma Copilot+, onde captura e armazena instantaneamente atividades realizadas pelo usuário no computador. Esse recurso foi projetado com a promessa de facilitar a busca e o acesso a informações anteriormente visualizadas, como, por exemplo, a localização em que foram vistos determinados produtos na semana anterior.
Em entrevista, Jaime Teevan, pesquisadora e cientista-chefe da Microsoft Research, enfrentou perguntas do diretor do Laboratório de Economia Digital de Stanford, Erik Brynjolfsson. Ao ser indagada sobre os riscos e oportunidades associados ao vasto uso de dados pessoais pelo Recall, Teevan ofereceu uma resposta vista por muitos como ambígua, abordando a “revolução da IA” e a importância dos dados sem, contudo, tratar diretamente das preocupações sobre privacidade levantadas por Brynjolfsson.
Em um segundo ponto, quando questões mais pontuais sobre o destino dos dados capturados pelo Recall foram feitas, Teevan assegurou que “nada vai para a nuvem, tudo é armazenado localmente”. Ainda que essa garantia aparente ser mais direta, a natureza evasiva da primeira resposta deixou alguns usuários e observadores do mercado desconfiados quanto à segurança no tratamento de suas informações pessoais.
A Microsoft enfrenta agora o desafio de clarificar de que modo a privacidade do usuário será salvaguardada no contexto do uso do Recall do Windows 11, já que a incerteza sobre esse ponto persiste entre os possíveis impactados. O recurso, previsto para ser lançado em 18 de junho, permanece sob o escrutínio de especialistas e consumidores, que aguardam maior transparência e detalhamento por parte da gigante de software.
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