Avanços no Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa: Desafios e Oportunidades
Na última quarta-feira (12), um grupo técnico de trabalho se reuniu para debater a evolução do Inventário Nacional de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE), com foco no complexo setor de Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (LULUCF). O encontro, que contou com a participação de aproximadamente 50 representantes de diversas pastas ministeriais, foi promovido pelos Ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), entre outros.
O coordenador-geral de Ciência do Clima do MCTI, Márcio Rojas, destacou a importância do aprimoramento do Inventário Nacional como uma ferramenta fundamental para subsidiar a formulação e a implementação de políticas públicas, especialmente na esfera climática. O diretor do Departamento de Políticas de Mitigação e Instrumentos de Implementação do MMA, Aloisio Melo, enfatizou que o setor LULUCF é responsável pelas maiores fontes de emissão e remoção de GEE no Brasil, afirmando que "não se alcança metas de NDC sem esse setor".
Os dados de 2022 revelam que o setor LULUCF contribuiu com 39,5% das emissões de CO2 no Brasil, uma triste realidade que está diretamente ligada ao desmatamento. Assim, o LULUCF se destaca não apenas por suas emissões, mas também como o principal setor brasileiro com potencial para a remoção de carbono.
Um dos principais desafios discutidos durante a reunião foi a necessidade de informações "espacialmente explícitas" para o setor, ou seja, que incluam mapeamento via imagens de satélite. A pesquisadora da Universidade de Brasília, Mercedes Bustamante, ressaltou a diversidade de ecossistemas no Brasil, incluindo mais de 50 na Amazônia. Essa complexidade torna necessária uma atualização contínua dos dados sobre biomassa e estocaçãode carbono.
O grupo técnico delineou um cronograma de aprimoramentos metodológicos, que inclui a ampliação de referências de estoques de carbono e fatores de emissão e remoção, além da classificação de pastagens. O propósito é elaborar um plano de ação claro, com tarefas e prazos, que integre as sugestões de melhorias debatidas e analise a viabilidade de implementação.
Essa série de encontros e a colaboração entre especialistas e instituições são passos cruciais para que o Brasil possa monitorar sua contribuição para o combate às mudanças climáticas, a partir do Plano Clima Mitigação e da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC).
Perguntas e Respostas
1. O que é o Inventário Nacional de Emissões de Gases de Efeito Estufa?
O Inventário Nacional é uma ferramenta que coleta e analisa dados sobre as emissões e remoções de gases de efeito estufa no Brasil, servindo como base para formuladores de políticas públicas.
2. Qual é o papel do setor LULUCF nas emissões brasileiras?
O setor LULUCF é responsável por 39,5% das emissões de CO2 no Brasil, além de ser um importante setor para a remoção de carbono.
3. Que desafios o Brasil enfrenta na coleta de dados para o Inventário Nacional?
O principal desafio é a necessidade de informações espaciais e atualizadas, visto que o Brasil possui uma grande diversidade de ecossistemas e biomas.
4. Por que é importante aprimorar o Inventário Nacional?
Aprimorar o Inventário é fundamental para melhorar a precisão das estimativas de emissões, o que ajuda na formulação de estratégias eficazes para enfrentar as mudanças climáticas e cumprir as metas do Acordo de Paris.
5. O que os especialistas estão propondo para melhorar o Inventário Nacional?
Os especialistas propõem uma série de aprimoramentos metodológicos, incluindo a atualização dos dados sobre estoques de carbono e fatores de emissão, além da classificação de pastagens, a fim de tornar as estimativas mais precisas e efetivas.