Taxa das "Blusinhas" Impacta Mercado Vestuário: Shein Enfrenta Concorrência das Marcas Nacionais
A conhecida "taxa das blusinhas" está mudando o cenário do varejo no Brasil, forçando a gigante chinesa Shein a perder terreno frente a varejistas locais e tradicionais. Uma pesquisa recente do banco de investimento UBS BB, divulgada pelo jornal O Globo, revela que muitos brasileiros estão reconsiderando suas opções de compra em função das novas taxações federais e estaduais impostas sobre produtos importados.
Com a implementação do programa Remessa Conforme, os dados de intenção de compra indicam que, embora a Shein ainda mantenha a liderança no mercado, a sua pontuação média caiu de 44,6% para 40% em apenas um ano. O estudo avaliou 15 critérios relevantes para a decisão de compra, mostrando um desvio no comportamento dos consumidores.
Enquanto isso, marcas brasileiras como C&A e Renner têm conseguido aproveitar este cenário. A C&A, vice-líder no ranking de intenções de compra, viu sua nota aumentar de 34,4% para 36%, enquanto Renner e Riachuelo também apresentaram uma leve melhora no desempenho geral, com pontuações de 34% e 32%, respectivamente.
Os líderes do estudo atribuem o crescimento das marcas nacionais ao aumento da taxação. Desde agosto de 2024, produtos importados passaram a ter um imposto de importação de 20% (além do ICMS de 17%) sobre compras internacionais abaixo de US$ 50. Esse panorama favoreceu as opções locais, ao mesmo tempo que desestimula as compras no exterior.
A nova tributação deve permanecer em vigor até 2025, quando o ICMS será ajustado de 17% para 20%. Com isso, muitos consumidores começam a reconsiderar sua fidelidade à Shein e outras empresas similares, optando agora por marcas que oferecem produtos de forma mais acessível.
Este fenômeno repercute diretamente no mercado, levando os consumidores a repensarem suas escolhas e reforçando a importância dos varejistas brasileiros no cenário econômico atual. A taxação se revela, assim, um catalisador para uma nova dinâmica no setor, onde o "bom custo-benefício" e a acessibilidade passam a ser prioridades na decisão de compra.
Dados de Intenção de Compra:
- Shein: 40%
- C&A: 36%
- Renner: 34%
- Riachuelo: 32%
Com a mudança nas condições do mercado, fica evidente que a taxa das "blusinhas" não é apenas uma questão de imposto, mas também um reflexo do desejo dos consumidores por alternativas mais vantajosas e acessíveis. Ao passo que o cenário se redefine, resta saber como as grandes marcas, como a Shein, irão reagir a essa nova realidade.