A Intel em parceria com os Laboratórios Nacionais Sandia (Sandia National Labs) anunciaram um grande avanço na pesquisa de computação neuromórfica com o lançamento do Hala Point, um sistema que ostenta a impressionante marca de 1,15 bilhão de neurônios simulados. O Hala Point, que incorpora o chip Loihi 2 da Intel, lançado no final de 2021, tornou-se o sistema neuromórfico de maior capacidade disponível atualmente.
O design inovador do Loihi 2 permite que cada processador simule um milhão de neurônios. Com 1152 deles integrados, o Hala Point não apenas conquista um novo patamar em termos de quantidade de neurônios como também em eficiência energética, consumindo menos de 3% da energia do sistema britânico SpiNNaker, seu antecessor em capacidade.
A revolução neuromórfica não se limita somente às quantidades, mas estende-se ao design compacto e ao consumo reduzido de energia, permitindo que o sistema ocupe apenas seis unidades de rack, comparável ao tamanho de um micro-ondas, com um consumo energético de 2,6 kW.
Esse salto tecnológico não apenas representa dez vezes mais neurônios do que o sistema anterior de Sandia baseado no Loihi de primeira geração, mas também proporciona mais de 12 vezes o desempenho geral. Sandia pretende usar o Hala Point para pesquisas de vanguarda em computação neuromórfica, com a esperança de resolver desafios computacionais complexos nas áreas de física de dispositivos, arquitetura de computadores e ciência da computação.
Um ponto de interesse particular para a Intel é a aplicação da computação neuromórfica em inferência de inteligência artificial (IA), já que a arquitetura de chip emula características do cérebro humano, semelhantes às redes neurais que sustentam sistemas modernos de IA. O Hala Point demonstrou eficiências energéticas significativas durante os testes, chegando a 15 TOPS por Watt com precisão de 8 bits—uma marca impressionante que o posiciona favoravelmente junto a chips comerciais da geração atual.
Enquanto o sistema Hala Point e seus congêneres representam a fronteira do desenvolvimento tecnológico, a Intel e a Sandia visualizam o momento em que tais sistemas influenciarão o desenvolvimento de soluções comerciais. Por ora, pesquisadores em todo o mundo utilizam esses sistemas para refinar algoritmos e aprender a mapear problemas complexos para essa nova forma de computação, visando demonstrar sua utilidade em larga escala.
Fonte: Intel, Laboratórios Nacionais Sandia